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Ana Carolina Maia

Publicitária. Já atuou na área de marketing governamental e trabalhou em campanhas eleitorais. Hoje se dedica ao ramo Pet

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Senso de coletividade pra quem?

Reunião entre membros do governo Lula e carros estacionados (Foto: Joédson Alves/Agência Brasil | REUTERS/Paulo Whitaker)

Vi dezenas de jornalistas progressistas criticando o incentivo do governo para compra de carro popular por uma parcela que, ao chegar a R$ 90 mil um carro básico, viu esse sonho mais distante.

E falei em sonho, pois é isso que um carro significa pra alguém que passou grande parte da vida sendo dependente de transporte público e carona. Falo por experiência própria. Um carro é conquista de vida pra muita gente. Não tiro aqui a importância da redução de poluentes, a importância do investimento em transporte público, mas por que delegar uma consciência de coletividade apenas à parcela mais pobre?

Esse senso de coletividade virá após o transporte público ser a primeira opção dos que hoje têm SUV's de 200 mil e optarem por deixá-las na garagem e ir pro trabalho ou lazer de ônibus, trem ou metrô. Aí sim teremos uma mudança de consciência. Mas até lá, me soa hipócrita, progressista colocar na conta do pobre que sonha em ter um carro e não pode, a consciência ambiental.

Duvido que a maioria  deixe de lado sua comodidade de se locomover de carro pra pegar transporte público na nossa realidade diária.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.