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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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Sepúlveda politiza julgamento de Lula. Junta-o a Getúlio na luta nacionalista

Está correto Sepúlveda ao concluir que, sobretudo, os critérios políticos estão por trás do julgamento de Lula, configurando campanha contra ele semelhante à que sofreu o nacionalista Getúlio Vargas

Está correto Sepúlveda ao concluir que, sobretudo, os critérios políticos estão por trás do julgamento de Lula, configurando campanha contra ele semelhante à que sofreu o nacionalista Getúlio Vargas (Foto: César Fonseca)
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Lula e Getúlio na cena política eleitoral de 2018

Ao contrário de Cristiano Zanin, o novo advogado de Lula, ex-ministro do STF , Sepúlveda Pertente, baterá de frente com o pré julgamento do novo presidente do TSE, Luis Fux, que, antes de apreciar a acusação contra o ex-presidente, já diz que ele é irregistrável, de acordo com a lei da ficha limpa. Fux repete comportamento de Thompson Flores, presidente do TRF-4, que considerou irrepreensível a acusação do juiz Moro que condenou Lula a 9 anos de prisão, agravada para 12 anos e um mês, pelos juízes de Porto Alegre, para evitar prescrição da pena. Uma armação ardilosa. Ou seja, está correto Sepúlveda ao concluir que, sobretudo, os critérios políticos estão por trás do julgamento de Lula, configurando campanha contra ele semelhante à que sofreu o nacionalista Getúlio Vargas.

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Perseguição política

Marina, candidata da Rede, diz que julgamento de Lula foi absolutamente técnico! Quer Lula atrás das grades, para não ser concorrente dela. Com ele, na campanha, ela come poeira. Já o jurista consagrado, Sepúlveda Pertence, diz o contrário: trata-se da maior perseguição política desde Getúlio Vargas. Os dois maiores líderes populares, da história do Brasil, se encontram no processo político nacional, na condição de perseguidos pelas forças conservadoras republicanas, a serviço dos interesses antinacionais. Getúlio e Lula empenharam suas vidas políticas a serviço do resgate dos mais fracos, dos mais pobres, como alternativa fundamental, para construção do Estado Nacional. Getúlio sabia que a industrialização brasileira, dos anos em 30, do século passado, em diante, dependeria da criação de mercado interno forte, para garantir consumo aos capitalistas da produção. Caso contrário, onde jogariam a produção industrial? Por isso, introduziu a legislação trabalhista. Na prática, tratava de superar a escravidão, embora esta já estivesse sido proclamada, de fato, em 1888, pela princesa Isabel. De direito, viria com as garantias trabalhistas, com a CLT, com criação da Previdência Social, sem as quais o mercado consumidor inexistiria, eternizando o que existia, o mercado escravo, sem renda, incapaz de gerar consumo, produção, distribuição, circulação, arrecadação e investimento capitalista. Ou seja, Getúlio virou pai dos pobres e a mãe dos ricos. Foi condenado, por isso. Ao criar empresas estatais, como Petrobrás, Eletrobrás, Siderbrás, BNDES, deu conteúdo objetivo ao desenvolvimento, instrumentalizando-o por meio da força e orientação estatal. As forças reacionárias, apoiadas pelos Estados Unidos, preocupados em ter na América do Sul líderes políticos nacionalistas, reagiram e derrubaram ele. Não suportaram, sobretudo, o que fez, com apoio popular, ou seja, a auditoria da dívida pública, que permitiu rearrumação das finanças nacionais, até então dominadas pelos especuladores, abrindo, dessa forma, espaço amplo ao desenvolvimento nacionalista.

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Vira Lata

Sepúlveda Pertente politiza o julgamento de Lula ao dizer que a perseguição a ele é a maior desde a sofrida por Vargas. Lula e Vargas são um mesmo destino, uma só luta, ligação que levanta temor na direita golpista. Lula, como Vargas,  eliminou a pobreza absoluta, valorizou os salários e ampliou programas sociais distributivos de renda, que triplicaram o PIB brasileiro em 11 anos, de 2003 a 2014. Sobretudo, empoderou, com a politica social, os trabalhadores, conferindo-lhes confiança e autoestima. Removeu, da alma do povo, o espírito de vira lata nelsonrodrigueano, herdado da visão escragista colonial, pregadora do conceito de patrimonialismo e populismo, como se fosse esse o grande problema nacional e não a escravidão, ainda presente, especialmente, na disposição dos golpistas de suprimirem direitos e garantias constitucionais, bem como desnacionalização da economia, para liquidá-la a preço de ocasião. Os conservadores não se conformam com diplomacia soberana que traçou nova geopolítica internacional para o Brasil, aproximando-se dos BRICs, nova força econômica, política e monetária, que rivaliza com o império americano. Ou seja, algo insuportável para os Estados Unidos, adversário feroz da política nacionalista lulista, ancorada em fortalecimento do mercado interno. Certamente, Pertence argumenta sobre a perseguição política a Lula, baseando-se na sua ação político-popular, incompatível com as forças que dominam o poder depois de 2016, disposta a desfazer tudo que a estratégia econômica lulista colocou em prática, a fim de colocar, no seu lugar, o oposto, ou seja, a destruição dela, contra os interesses dos trabalhadores.

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