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Valfredo Menezes

Médico, doutor em medicina interna e terapêutica e professor aposentado da Universidade Federal de MT

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Será que você é comunista?

Karl Marx (Foto: Reprodução/Wikipédia)
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Vamos supor que você faça parte de um grupo onde as famílias vivam em uma comunidade/coletividade, onde a terra que produz seu alimento é comum, isto é, a terra é de todos. Todos trabalham e todos produzem. A colheita é dividida entra as famílias e o excedente é armazenado, trocado ou vendido e o possível lucro é de todos. Que nessa comunidade, os equipamentos de produção ou beneficiamento da produção, sejam comuns a todos e por todos usados. Cada família tem sua própria casa, o transporte é da coletividade, as escolas são comuns a todas as crianças e os cuidados e a proteção à saúde são de todos. Não há dominação de alguém sobre outros. Não há um patrão com vários empregados. A predominância é da amizade, da camaradagem e da cooperação, com a consciência de que o benefício do seu trabalho será de todos. Os projetos e os problemas são decididos e resolvidos em reuniões da coletividade.

 Comunidades iguais a essa já existem. Além das comunidades indígenas, onde todo o trabalho e todos os produtos são divididos, há também, no nosso meio, as comunidades quilombolas, nas quais os grupos familiares convivem e trabalham com divisão da produção e dos possíveis lucros dessa produção. O mesmo ocorre com os sistemas cooperativos em quaisquer outros empreendimentos, onde o objetivo é a divisão do trabalho e do lucro da produção por todos os cooperados.

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Se existem pequenas regiões com uma sociedade, na qual a amizade e a colaboração são as coisas mais importantes, onde existe paz e solidariedade, seria possível que o exemplo dessas comunidades fosse expandido para uma cidade? Para um país? Há muitos que dizem que isso é uma utopia e que utopias não se realizam. Outros tentam inculcar na cabeça das pessoas que o ser humano é “mau por natureza”, que sempre “o mais forte dominará”.

Centenas de livros, escritos principalmente por sociólogos e antropólogos, buscam explicar as relações sociais humanas. Alguns buscam orientar o pensamento social para uma convivência sem conflitos e de harmonia. Evoluímos da barbárie até o capitalismo. Entretanto, todos nós sabemos que o capitalismo tem suas mazelas e desequilíbrios na divisão da riqueza. Mas, por que todas as tentativas de uma nova relação social foram e vem sendo impedidas? Por que parte das pessoas luta contra? 

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Países que tentaram uma forma social diferente sofreram agressões. Foram bloqueados, invadidos, bombardeados. Em muitas regiões do mundo, onde houve tentativa de organizar uma sociedade mais harmônica, suas lideranças foram assassinadas.

Na nossa história recente, há um pequeno país que, até por ser uma ilha, tem o ambiente ideal para uma grande experiência social e antropológica a ser observada e protegida pela humanidade. Entretanto, essa pequena ilha, desde que começou a organizar uma sociedade comunitária, sofreu e vem sofrendo todo tipo de agressão por parte de outros países com sistema econômico e social diferentes. Esses países agressores têm medo que a experiência possa dar certo? Os “donos” desses países têm medo de perder a dominação e o controle para o coletivo da sociedade? Têm medo de serem considerados iguais?

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Esses países agressores inventaram mentiras grosseiras, mas que serviram para impor o medo e a desconfiança em grande parte das pessoas. Nos “ensinaram” que todas as tentativas de mudança social têm o objetivo de “tirar a liberdade e piorar a vida das pessoas”, que “vão tirar tudo que é seu”, “vão invadir e dividir sua casa.”. Que nessas comunidades você “não tem direito a nada”, “você não manda em nada”, “você fica robotizado”. Nos “ensinaram” que  “tudo isso é uma bobagem, uma ingenuidade”. Que tudo isso “é subversão”, que pessoas que pensam assim deveriam ser excluídas da sociedade.

Na verdade, a história nos conta que esse tipo de reação contra pessoas que defendem o compartilhamento e o bem comum, é muito antiga. Há mais de dois mil anos, torturaram e assassinaram um rapaz só porque ele compartilhava alimentos e dizia que as pessoas deveriam “amar umas às outras”.   

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“Pode ser que você diga que sou um sonhador, mas não sou o único”. Como sonhou Lennon (“Imagine”), vamos imaginar um mundo sem fronteiras, onde todos os habitantes possam viver em paz. Um mundo onde todos possam produzir e consumir conforme as suas capacidades e suas necessidades. Um mundo onde você possa tratar a todos como um amigo. Onde você compartilha. Onde ninguém sabe o que é um muro. Onde ninguém sabe o que é guerra.  

Se você quer um lugar assim, então você também é comunista.

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