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Denise Assis

Jornalista e mestra em Comunicação pela UFJF. Trabalhou nos principais veículos, tais como: O Globo; Jornal do Brasil; Veja; Isto É e o Dia. Ex-assessora da presidência do BNDES, pesquisadora da Comissão Nacional da Verdade e CEV-Rio, autora de "Propaganda e cinema a serviço do golpe - 1962/1964" , "Imaculada" e "Claudio Guerra: Matar e Queimar".

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Sergio Moro depõe em falsetes na Câmara

(Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)
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Por Denise Assis, do Jornalistas pela Democracia 

Todas as oitenta cidades onde foram “organizadas” manifestações no domingo, todas as bandeiras irritantemente caras, plásticas e padronizadas, não estavam lá, com o ex-juiz Sergio Moro, na sessão da Câmara dos Deputados, onde ele foi depor, como convidado, na Comissão de Constituição e Justiça, nesta terça-feira, 02/07.  

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Supersticioso? Estava com a mesma camisa que escolheu para a sessão no Senado. Desta vez, Moro não usou o estilo pretensamente “literário” com que postou o Twitter: “Eu ouço. Eu vejo”, enquanto os seus apoiadores gritavam o seu nome, pelas ruas, no final de semana.  

Falou pouco, e ouviu muito. Preferiu se acomodar no lugar de vítima e usar a apresentação para falar de “hackers” que não define quem são. “Alguém com muitos recursos está por trás das invasões, para tentar anular algumas condenações”, afirmou. Desta vez, a voz que costuma falsear no nervosismo, já saiu assim desde a primeira frase. Feito ‘o adolescente de espinhas no rosto”, imagem criada por ele para descartar a possibilidade de um informático desse tipo, ter entrado no seu iphone e roubado as suas mensagens do Telegram.  

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De cara, ex-juiz Sergio Moro ouviu:

- O senhor deveria pedir o seu afastamento do cargo.

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Ou: “resgate o celular do Deltan Dallagnol”, sugeriu o deputado Rogério Correia (PT-MG), para desespero do Delegado Waldir (PSL-GO), que aos berros exigia a “restrição dos temas” e “respeito” com o convidado.

Moro tentou a mesma reação usada no Senado: números. Muitos números. Curiosamente contestou a mensagem em que pedia o afastamento da promotora que não sabe “apertar” o interrogado. Admite que fez críticas, mas não chegou a sugerir a substituição. Intrigante. Em sendo as mensagens todas falsas, por que precisa explicar este ponto? Não seria mais coerente desmentir o conjunto da obra?

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A esta altura recebe o prestimoso socorro do Coronel Armando (PSL-SC), que gastou o tempo, jorrando elogios sobre o ex-juiz. Prontamente auxiliado pelo deputado José Medeiros (PODE-MT).

Veio, porém de Paulo Pimenta (PT-RGS), a pisada mais forte. Pediu que Moro apontasse o nome de cinco advogados de defesa atuantes nos processos, com quem tenha conversado por mensagens pelo Telegram. Exibiu modelo de declaração de pedido de quebra dos sigilos do ex-juiz. Impedido de continuar por gritos orquestrados pela bancada do PSL, reagiu com o seu peculiar estilo tesoura voadora. “Não falo com bandidos, não falo com milicianos. Onde está o Queiroz, que depositava dinheiro na conta da mulher do presidente da República?”. Gritos, mais gritos.

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No mesmo padrão, porém em tom mais moderado, seguiram Talíria Petrone (PSOL-RJ) e Alexandre Molon (PSB-RJ). O deputado José Guimarães (PT-CE) também mostrou a declaração de quebra de sigilos de Sergio Moro, sugerindo que ele assinasse e deixasse o cargo de ministro. A iniciativa parecia ser uma estratégia da bancada, pois já havia sido tentada por Paulo Pimenta, quando foi interrompido pela “balbúrdia” dos pesselistas. Às 16h48 minutos, a TV Câmara interrompeu a transmissão, para passar a falar direto do salão onde rolava, a toque de caixa, a votação pela leitura do relatório da reforma da Previdência.  

Moro continuou a bater na mesma tecla, na Comissão de Constituição e Justiça. Mas longe dos holofotes. Talvez tenha se saído melhor e conseguido falar sem os falsetes na voz, como um adolescente na muda, com espinhas no rosto. 

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