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Denise Assis

Jornalista e mestra em Comunicação pela UFJF. Trabalhou nos principais veículos, tais como: O Globo; Jornal do Brasil; Veja; Isto É e o Dia. Ex-assessora da presidência do BNDES, pesquisadora da Comissão Nacional da Verdade e CEV-Rio, autora de "Propaganda e cinema a serviço do golpe - 1962/1964" , "Imaculada" e "Claudio Guerra: Matar e Queimar".

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Sergio Moro é o candidato em construção

Para Denise Assis, do Jornalistas pela Democracia, "tudo indica que a direita tende a repetir o erro de 2018, quando pesaram a mão, pensando eleger Geraldo Alckmin, e tiveram de engolir um Bolsonaro. Agora, apostam num autoritário, déspota, que despreza a Constituição Brasileira". "Bolsonaro vai permitir", ela pergunta

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Por Denise Assis, para o Jornalistas pela Democracia - “Não deixe o samba morrer/Não deixe o samba acabar”, a bela composição de Edson Conceição e Aloísio Silva, gravado em 1975 pela cantora Alcione, se transposto para a Lava-Jato, seria a sua música tema. É grande o esforço para mantê-la viva. No momento em que a Vaza-Jato arrefeceu as suas publicações, Deltan Dallagnol aparece enxovalhado na cena midiática e Lula livre, leve e solto, solta a voz nas estradas, a turma da direita limpinha, com espaço garantido nas telinhas e nos impressos, procura fabricar um candidato para chamar de seu. 

São, tal como na peça de Luigi Pirandello (1867-1936), “Seis Personagens à procura de autor”, seis órgãos de mídia em busca de construir o mais rapidamente possível, a alternativa a ser trabalhada e colocada em discussão, a fim de empanar o vexame diário que é o presidente que apoiaram – sim, todos o apoiaram. Sem contar o pânico instalado entre eles, os fascistas, com as últimas pesquisas dando conta de que, mesmo “estacionado” em sua queda, Bolsonaro parece não ser capaz de alavancar um retorno aos patamares anteriores – modestos, é certo – de aceitação 

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Tentaram Rodrigo Maia, o presidente da Câmara que, embora com certa desenvoltura, não parece ter carisma suficiente para arrastar multidões a chamá-lo “mito”. Depois investiram nos “produtos”, como Luciano Hulk, por exemplo. Difícil começar do zero, com quem não tem base política ou formação para tal. Mesmo um sabonete, ao ser criado, precisa vir de uma pesquisa de interesse dos consumidores, e de uma boa marca, e isto ele não tem. (Exceto a Globo, como vitrine. O que não é pouco, mas insuficiente).

Até mesmo o eterno arrepiado Ciro Gomes, que anda de tratativas com Rodrigo Maia, teve seu teste no programa de entrevistas da jornalista Andreia Sadi. Ganhou literalmente um palco (a entrevista se deu no Teatro dos Quatro, na Gávea, na boca de cena), mas parece ser uma alternativa que as “Organizações” está guardando embaixo do balaio, para o momento “se colar colou”.

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A grande aposta, mesmo, e que parece estar “emplacando”, é o ex-juiz Sergio Moro. Só para dar mais consistência à evidência de que é ele o nome do momento, até mesmo a Folha de S.Paulo, que parecia estar ao largo da prematura discussão da sucessão, deu espaço generoso ao Marreco de Maringá. Isto, depois da constatação (por telefone, e seja lá por qual metodologia de pesquisa), de que ele bateria Bolsonaro e Lula em uma eventual ida para o segundo turno de uma eleição, que por enquanto precisa ser alcançada de binóculos.

É preciso, no entanto, acompanhar o ritmo da construção desse personagem. O colunista “oficial” tratou de enxergar em Sergio Moro um “político hábil”, no mesmo dia em que o seu jornal dedicou a Sergio Moro e seus temas, nada menos que quatro páginas. Moro que andou claudicante, atacado dentro e fora do palácio, quando vieram à tona as denúncias da Vaza-Jato, ao mesmo tempo que Bolsonaro, o paranoico, via nele grande ameaça e o perigo dele mirar em sua “ninhada”, deu uma recuperada. O poder da mídia, que o empurra para a cena aberta e o das suas operações espetaculosas, montadas com ajuda da coreografia dos carrões da Polícia Federal, com nomes “criativos”, vão animando e edificando a sua persona/candidato. 

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Essencial, claro, que elas envolvam o nome do ex-presidente Lula da Silva e seus familiares, mesmo que as acusações venham embrulhadas numa série de verbos no futuro do pretérito composto: “teria sido”, “poderia ter feito” e outras conjugações que levem apenas a suspeitas. Fundamental, mesmo, é que o público leigo ouça todos os dias, novamente, o eficiente trio: corrupção, Lula e propina, responsável por levar o país a colocar no poder um autêntico representante do fascismo. Tudo indica que a direita tende a repetir o erro de 2018, quando pesaram a mão, pensando eleger Geraldo Alckmin, e tiveram de engolir um Bolsonaro. Agora, apostam num autoritário, déspota, que despreza a Constituição Brasileira, joga a população contra a sua Corte Suprema, e é tão fascista quanto, a ter o nome nas urnas. Bolsonaro vai permitir?

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