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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

629 artigos

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Setembro negro bombeará oposição a Bolsonaro

(Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ ABR)
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Escassez geral

O congelamento de gastos públicos sociais – porque os gastos financeiros estão descongelados, para atender os credores – levará a economia ao colapso do setembro negro, pré-anunciado pelos próprios neoliberais do governo. Não vai ter dinheiro para nada. Grande expectativa na oposição. Será a grande beneficiada com crescente colapso da terapia neoliberal adotada pelo ministro Paulo Guedes, acompanhada do incêndio criminoso na Amazônia, sob protesto internacional. Como mostra o repórter Ribamar Oliveira, no Valor, até despesas com cafezinho e papeis – o higiênico, também, Zé de Riba? – estão sendo tesourados, para conter gasto discricionário. É sinal de que o desemprego e a fome continuarão aumentando, incontrolavelmente. Afinal, são os gastos sociais, no orçamento geral da União, carro chefe da economia, para produzir arrecadação e investimentos em infraestrutura. Sem eles, cresce a fragilidade econômica, que produz expectativa negativa aos agentes econômicos. O resultado dessa fragilidade se verifica na instabilidade cambial, intensificada pela guerra comercial China-EUA. A desvalorização da moeda chinesa obriga todos os países a desvalorizarem, também, a fim de não perderem competitividade internacional. O resultado negativo disso, porém, é o aumento do déficit comercial e do balanço de pagamentos, que obrigam o governo a contrair dívida externa para pagar importações.

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Corrida contra moeda

O mercado, nesse contexto, corre contra moeda nacional, antevendo dificuldades, que crescem, ainda mais, com o congelamento geral das forças produtivas, conforme determina a PEC 95, em vigor, desde o golpe neoliberal de 2016. A gritaria, no Congresso, verificou-se, essa semana, nas comissões. Os setores de saúde, educação, infraestrutura, segurança abriram o bico. Também, prefeitos em pencas passam o chapéu na Esplanada e nos gabinetes parlamentares. Clamam no deserto, no momento em que o governo Bolsonaro diz que não tem grana nem para apagar fogo na floresta, nem qualquer outra despesa que apareça. O estrangulamento financeiro estatal, imposto pela PEC do Teto de Gastos, é versão do shoutdown, que tem se verificado nos Estados Unidos, nos últimos anos, dependentes de liberação de verbas pelo Congresso. Na Argentina, mesma coisa. O colapso do modelo neoliberal, que derrotou Macri, nas eleições primárias, joga a população nas ruas, para protestar contra a fome. É o sinal claro de que a vitória eleitoral, em outubro, será da chapa peronista-kirchnerista Fernandez-Cristina. Macri, até lá, vai, apenas, cumprir tabela, para tentar renegociar com o FMI papagaio de 57 bilhões de dólares.

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Esquerda, volver

Por aqui, a esquerda vê suas chances aumentarem, mas, também, coloca barbas de molho, diante do que está acontecendo com o virtual vitorioso, na disputa eleitoral: os banqueiros, antevendo perigos, fazem ameaças. Prometem fugas de capital em massa. Por isso, cresce defesa da aliança China-Argentina, para que los Hermanos não fiquem presos ao dólar como garrote no pescoço. Certamente Fernandez-Cristina não vão suicidar-se, na véspera, mas já se especula que os bancos querem colocar alguém tipo Joaquim Levy, homem do Banco Mundial, para tentar administrar o caos neoliberal pós Macri. Viável? O setembro negro que vem aí por aqui é um ensaio geral da bancarrota argentina que não suporta teste das urnas. Os neoliberais derrubaram Dilma, depois de perderem disputa em 2014, mas foram vencidos na eleição de 2018. Os candidatos do golpista Temer, Meirelles, PMDB, e Geraldo Alckmin, PSDB, não aguentaram o rojão. Bolsonaro faturou graças às fraudes e fake news, agora alvo de CPI, no Congresso, apoiada, nessa quarta-feira por ampla maioria em plenário. A oposição vai agir na vanguarda, como está acontecendo na Argentina, protestando contra a fome e o desemprego, nas ruas, ou continuará vacilando em convocar greve geral?

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