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Ricardo Fonseca

Ricardo Fonseca é Publicitário, divulgador das causas midiáticas e responsável pelo Blog Propagando

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Seu Riba, feliz 80 anos

Falar de um Pai aos 80 anos é como uma redundância, como estivéssemos escrevendo a nossa biografia do futuro no presente.

(Foto: Ricardo Fonseca)
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De repente numa terça feira (3) de Setembro você acorda e vê que seu Pai está completando 80 anos de uma vida bem vivida.

Passa um filme na sua cabeça e você lembra da década de 70 quando você nasceu e seu pai tinha uma aero willys verde ou azul, já faz tanto tempo que no sol em nossas ida ao “Bancrévea” (Clube dos funcionários do Banco da Amazônia), aos finais de semana em Belém.

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Depois ele teve um Opala branco com capota preta, depois várias Caravans, teve época em que teve até duas ao mesmo tempo – “a Cara  nova” ( uma Caravan com pintura magenta metálica lançamento nos anos 80) e a “ Cara velha” ( outra Caravan marrom chocolate) sucesso nos anos 70. Esse é o meu Pai, que adorava nos surpreender sempre que podia com um carro novo.

Ele chegou a ter três empregos pra sustentar a a família e era muito engraçado porque as vezes eu não o via durante a semana. Ele trabalhava de manhã , de tarde e as vezes até altas horas da madrugada, se dividindo entre o jornal “A Província do Pará”, o Banco da Amazônia e a “TV Marajoara”.

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Tem fatos que a gente nunca se esquece, né? Como quando ele passou meses na Selva Amazônica, fazendo matéria pro “Jornal do Brasil”, cuja a sede era no Rio de Janeiro e foi com esse vasto material que escreveu o seu primeiro livro “ Um repórter na Amazônia”, que já denunciava a “posse” de mais de 16.000 m2 dos americanos naquelas terras. Repito, já existia esse enorme interesse por eles antes, imagine hoje?

Pois bem, foram tantos os fatos pitorescos que nunca consegui esquecer nessa época , mas dois em especial marcaram muito a minha vida:

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1-      Foi entre 1973 a 1975, quando ele foi cobrir um conflito (guerra interna) no Suriname, pelo “Jornal do Brasil” e seu avião desapareceu … por semanas incomunicáveis, achamos que nosso querido Pai tinha morrido. Sabem qual foi o meu  (devia ter entre 3 ou 5 anos) pequeno questionamento? Com quem ficaria o seu Opala branco? Sim, porque todos nós os sete filhos éramos pequenos e nossa saudosa mãe Amujacy não sabia dirigir.  Foi quando depois de uns 15 a 20 dias, papai retorna ao Brasil e chega em casa, o choro tanto que alcançou até os vizinhos.

2-       Também na década de 70, papai recebeu uma informação de fonte segura, que Ronald Biggs (O mundialmente  famoso assaltante do trem pagador de 1963) estava em Belém e, me colocou no carro ( como se fosse um James Bond, o 007), saiu percorrendo bairros e pistas para fazer um grande furo de reportagem. Mas tudo não passou de boatos e Biggs, estava era no bem bom com a Maranhense Raimunda Rothen (com quem teve o filho Mike cantor do Balão Mágico), no Rio de Janeiro.

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Falar de um Pai aos 80 anos é  como uma redundância, como estivéssemos escrevendo a nossa biografia do futuro no presente.

Confesso que na minha adolescência, tive não poucos, mais muitos atritos com ele, mas ele sempre (ou quase sempre) resolvia tudo através do diálogo, Não que as suas cintadas alternadas nas minhas mãos ( em algumas situações), não fossem merecidas. Mas geralmente era no diálogo que aprendíamos o que era certo e errado.

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Papai sempre soube educar bem os sete filhos, apesar dos três empregos para sustentar família tão grande. Ele teve a sorte de encontrar minha mãe, que foi dona de casa a vida toda depois que deixou a fábrica Cânhamo em São Luís, para casar com ele e morar numa casainha de taipa em Cândido Mendes ( interior do Maranhão).

Com  quarenta e três anos de casado, mamãe veio a falecer de um Mieloma múltiplo (CA nos ossos), que tomou o seu corpo por longos e difíceis três anos. Foi a primeira vez depois da morte do meu Avô Norberto, que vi papai desabar…

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Nessa história linda,  também tiveram muitas viagens de Belém à São Luís pela BR 135, onde ele vinha sempre assobiando ou contando histórias engraçadas para passar as longas 12 horas de asfalto.

Posso dizer com toda a propriedade, que um dos momentos mais felizes que passei ao lado de papai, foi quando os nossos artigos se encontraram no site Brasil 247 e nossas fotos ficaram uma abaixo da outra. Seu Fonseca nunca imaginou que logo eu, seu filho caçula, que praticamente nasceu na redação de “ A provincia do Pará” e de “ O Liberal”, pudesse puxar o dom da escrita, que Deus o deu.

Confesso que há 8 anos atrás quando eu era apenas um publicitário, papai ao ler meus primeiros textos foi um duro e necessário crítico ferrenho e, graças a isso, acho que aprendi um pouco de seus grandes e necessários ensinamentos.

Posso dizer que sou muito feliz por ter um Pai-Herói, um mestre que nunca faltou a um conselho ou as vezes até ao difícil  socorro financeiro.

Pai, todos os seus filhos:  Jacirema, Beto, Fernanda, Rossana, Júnior, Mauro, eu e até a Raissa (da qual nunca convivemos), assim como Dona Muja (nossa eterna rainha) e sua primeira esposa  e ( a nossa Boadrasta) Marinete, todos os netos e bisnetos lhe amamos muito e temos muito orgulho pelo senhor fazer parte de nossas vidas.

Que neste dia seu Riba  (como carinhosamente o chamamos), o senhor receba todo o amor e carinho que nos concedeu ao longo destes 80 anos muito bem vividos.

Que Deus o proteja sempre, lhe dê muita saúde, muito amor e muitas obras pra engrandecer as nossas vidas.

Com o coração irradiando felicidade lhe desejo, um feliz 80 anos!

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