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Moisés Mendes

Moisés Mendes é jornalista, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim). Foi editor especial e colunista de Zero hora, de Porto Alegre.

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Só falta Bolsonaro dizer: agora posso ser preso

Desde o tempo em que esteve no poder, o chefe do golpe é favorecido pela moderação de quem deveria enquadrá-lo, escreve o colunista Moisés Mendes

Jair Bolsonaro (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)
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Multiplicam-se as notícias sobre o pedido de cautela de ministros do Supremo diante da possibilidade de prisão preventiva de Bolsonaro. Como aconteceu nas muitas vezes em que o sujeito esteve acossado.

São informações dos jornalões, mas sem fontes. Sempre foi assim. Pedem cautela como aflitos que pedem água de melissa. Mas quais ministros recomendam ponderação, se o STF tem 11 integrantes? Kassio Nunes Marques e André Mendonça?

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Esses dois diriam que não é hora de prender Bolsonaro. Nem agora, nem daqui a alguns dias ou em momento algum. E os outros ministros?

Está provado que o sujeito treinou para a fuga, preparando-se para o que poderia vir a ser um asilo na casa dos húngaros. Mas prendê-lo agora, é o que dizem, não seria recomendável.

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O sistema de Justiça sempre deu uma segunda, uma terceira, uma quarta chance a Bolsonaro. Até que passou a dar infinitas chances de sobrevida ao sujeito.

Começou com as ações no TSE que o acusavam de agir com deslealdade na eleição de 2018. Bolsonaro e Hamilton Mourão foram absolvidos.

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Bolsonaro é o primeiro criminoso citado no relatório da CPI da Pandemia enviado ao Ministério Público em outubro de 2021. O pedido de indiciamento foi arquivado pela Procuradoria-Geral da República.

Bolsonaro transformou presentes das arábias em muambas, forjou cartão de vacina, articulou um golpe e fugiu para os Estados Unidos antes do 8 de janeiro. Porque não sofria nenhum tipo de constrangimento e estava livre e solto.

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E agora dormiu por duas noites na embaixada da Hungria, para saber se poderia receber asilo de Viktor Orbán, um dos mais furiosos fascistas do mundo. Foi à embaixada fazer um ensaio.

Em todos os casos que envolvem Bolsonaro, nada avança no sentido de contê-lo. Nunca é o momento certo. Só avançaram as ações na Justiça Eleitoral, porque agora ele está fora do poder. Por isso foi tornado inelegível.

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Todos os crimes cometidos por Bolsonaro são apreciados com pedidos de cautela. Não é hora de cercar, não é hora de prender, não é hora de fazer nada de mais drástico contra o sujeito que fez o que bem entendeu em quatro anos de governo.

O fato novo é que Bolsonaro foi flagrado recebendo abrigo, mordomias e carinho do embaixador húngaro. Dormiu por duas noites sob a proteção de Miklós Halmai, como mostrou o New York Times.

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Alterou toda a rotina da embaixada, que mandou seus funcionários ficarem em casa. Porque de 12 a 14 de fevereiro tudo poderia acontecer ali, se Bolsonaro, um criminoso comum, forjasse um asilo como perseguido político.

E agora o Brasil todo debate, com os mesmos juristas sempre de plantão, se a preparação para uma fuga não é uma afronta à Justiça e não deve provocar prisão preventiva.

E a palavra mais usada é a que aparece lá no começo: cautela. Porque Bolsonaro submeteu os juristas de plantão, a grande imprensa e o sistema de Justiça brasileiro às suas vontades, quando esteve no poder, e tenta prolongar essa submissão, mesmo que esteja mais medroso e acossado.

A hora, o tempo, a oportunidade, tudo ainda é determinado por Bolsonaro, apesar do cerco ao golpismo e da bravura de Alexandre de Moraes. Mas Moraes não pode tudo.

Há duas figuras que driblam polícia, Ministério Público e Judiciário há muitos anos: Bolsonaro e o autoproclamado véio da Havan, o ex-bolsonarista e agora quase lulista que Alexandre de Moraes tentou tirar da toca ao desqualificá-lo como bajulador fantasiado de verde periquito.

Os dois são os mais cercados e são também, pelo conjunto de investigações, os mais impunes. Porque a hora de dar o bote e contê-los nunca é a adequada.

Bolsonaro parece querer informar o MP e o Judiciário, mesmo sob cerco, que ele saberá dizer a hora certa de ser preso.

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