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Marcio Rodrigo Kosloski

Bacharel em Informática e Cidadania pela UFPR, cursando Pós em Gestão de produção e logística. Um apaixonado por tecnologia que tenta por as cores num mundo cinza através das palavras.

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Somos todos canibais

Sabemos que o nosso mundo caminha para uma escalada sombria, "os anos vindouros" - diz a tecnologia - "serão os piores que o ser humano já viu." Até parece que nunca vimos uma glaciação. O que poderia ocorrer de pior exceto o que já ocorre? Nos tornamos os canibais uns dos outros, consumindo cada resquíscio de saúde que possuímos

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"Imagine que fossemos irracionais por um momento, irracionais no sentido de não nos importarmos com um ente querido ou semelhante que acabara de morrer. Irracionais a ponto de enxergar a morte apenas como uma outra forma de obter alimento.

Não há sentimento de luto nem de remorso, apenas a perspectiva de mais comida. O fato de haver um morto significa que há carne para umas duas semanas.

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Nesse ponto talvez não sentíssemos nada ao comer a carne humana, nada além de saciedade (ou prazer, dependendo do ponto da carne).

Pense como não fariamos sentido algum aos outros animais, aos macacos, nossos parentes mais próximos, pense em como talvez esse ato imoral os deixaria estarrecidos.

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Aposto que é difícil imaginar esse absurdo, pois para o saber comum o canibalismo é um puro exemplo do pior da violência humana, ele profana o recipiente da alma, fere a consciência coletiva, deixa indignado a quem dele torna-se testemunha.

Bom, e se eu te dissesse que o canibalismo o fazemos em vida, com os seres vivos e não com os mortos. Faria sentido?

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Pense em como se dá nossa existência nesse plano: o individuo nasce, cresce nos moldes dos pais ou da sociedade próxima, instrui-se (com sorte), e passa a integrar a massa com todas as incertezas e revéses possíveis da vida.

Lembre-se de cada etapa, o bullying no colégio, o crivo das avaliações, as expectativas altíssimas, a tradução do valor individual em números decimais num papel devidamente carimbado e assinado.

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Quantas não são as avaliações negativas, os padrões inatigíveis de qualidade social, a ISO9000 invisível que nos é imposta e a exaustiva luta contra o tempo para se adequar as pressas.

Pisamos uns nos outros como se disso dependesse o nosso objetivo diário, odiamos grupos, raças, bandeiras, pessoas e, ao fim do dia, a nós mesmos.

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Deixamos de moldar-nos para encaixar nos moldes já pré-fabricados.

Tudo o que fazemos é feito em prol de manter a integridade física e mental; Mas isso só é possivel fazer desgastando o corpo e a mente afim de manter o bem material.

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Quando foi que isso passou a ser a verdade imperativa da vida? Por que o ser humano conseguiu transformar sua própria e única existência em um círculo vicioso de dor e sofrimento?

Há cada vez mais pessoas no planeta, numa proporção que apenas extrapola a injustiça que sempre existiu.

Sabemos que o nosso mundo caminha para uma escalada sombria, "os anos vindouros" - diz a tecnologia - "serão os piores que o ser humano já viu." Até parece que nunca vimos uma glaciação. O que poderia ocorrer de pior exceto o que já ocorre?

Nos tornamos os canibais uns dos outros, consumindo cada resquíscio de saúde que possuímos. Cedemos a compulsão, adoecemos, vegetamos e até chegamos em estagios terminais.

O insano de tudo é saber que esse leque de estagios doentios se vê na naturalidade do lar, da escola e da fábrica. Se vê no ritmo dopado da melodia da vida que a tempos perdeu seu timbre e suas cores.  

O mundo é um grande casino, com seus slots e suas roletas, suas mesas de poker e 21. Somos todos integrantes desse mundo colorido e frenético.

Há os que jogam, que saltitam de uma mesa para outra buscando o maior número de ganâncias. Há os que trafegam pelos corredores aguardando a vez de jogar em alguma mesa. Há os que apenas trafegam nos corredores, sem dinheiro algum para poder jogar. Há aqueles que sequer são permitidos adentrar ao casino, pois sabe-se que não possuem o conhecimento necessário sobre os jogos que ali existem.

E é triste imaginar que muitos ficam de fora pelo fato de não saberem. São excluidos do jogo sem ao menos saber onde é o casino ou o que é um casino. São estigmatizados e tratados como lixo.

Muitos não estudaram ou não puderam estudar as regras do casino, e portanto não participam ativamente dele. Estes porém, têm noção do que ele é e o que ele representa. Muitos apesar de saberem disso não têm o estômago para adentrar suas dependências.

Seja qual for seu o cenário, o fato é que desprezamos tudo o que o casino representa, tudo que ele causa. Acordamos cedo a cada dia para mostrar o quanto somos contrários aos caminhos do casino e também para inspirar os de fora dele."

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