STF dá recado a Arthur Lira

Com histórico recente de incoerências constitucionais que inspirou a famosa frase “o supremo está acovardado”, dita por Lula, quando teve negada sua nomeação para assumir o Ministério da Casa Civil no governo Dilma, fez com que os ministros do STF, finalmente, após conivências arbitrárias em conluio com a lava jato, começassem a passar a limpo suas biografias. 

A rejeição de uma denúncia que a Corte já havia aceitado contra o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), réu por corrupção,  por unanimidade, pela primeira turma do STF, é indicativo de que os ministros entraram no jogo político. 

Operação da Polícia Federal investiga suspeita de fraude em licitação e lavagem de dinheiro na compra de equipamentos de robótica em Alagoas, de pessoas ligadas ao presidente da Câmara Federal. 

As investigações apontaram que a licitação para compra dos kits de robótica incluía, de forma ilegal, restrições para direcionar os contratos a uma única empresa. Eram especificações técnicas restritivas que resultavam no cerceamento à participação plena de outros licitantes. 

Essas investigações podem fazer com que Arthur Lira reveja suas posições contra o desenvolvimento econômico e social do governo em que faz oposição, ameaça, tenta desestabilizar, para continuar a controlar verbas parlamentares. 

Ao que parece, os poderes Judiciário e Executivo ocupam vagões distintos, mas viajam juntos; já o Legislativo, reluta em embarcar no mesmo trem. Isso é ruim para Lira que pode ter que recorrer ao STF caso seja condenado em algum processo. 

Lira possui muita força em um Congresso infestado de bolsonaristas reaças e fascistas, sedentos por dinheiro e por vingar seu líder derrotado, mas o avanço das investigações sobre seus aliados pode reduzir sua munição e fazer com que ouça com mais atenção o que o governo tem de propostas positivas para o país.  

Não devia ser assim, mas parece que existe um círculo vicioso movimentando os poderes, transmitindo a ideia de um processo repetitivo em que o STF repreende Lira, que ameaça Lula, que aguarda o posicionamento do STF.