Tarcísio radicaliza para a bolha e se distancia de quem decide eleição
'Ao abraçar o discurso do bolsonarismo, Tarcísio demonstra estar mais alinhado à extrema direita do que possa parecer', analisa Rachel Vargas
Para quem tinha dúvidas, agora está cada vez mais claro: Tarcísio quer ser o escolhido de Jair Bolsonaro para representar a direita em 2026. Os recentes gestos e falas do governador de São Paulo são uma prova disso. Na celebração do 7 de setembro, na Paulista, o aliado do ex-presidente subiu o tom contra o Supremo Tribunal Federal, chamou Alexandre de Moraes de tirano e defendeu uma anistia ampla e irrestrita, algo refutado pela ampla maioria da população, segundo pesquisas.
Mas, o cálculo do governador pode lhe custar caro. Ao tentar mostrar lealdade a Bolsonaro e, com isso, tentar se viabilizar com a família do ex-presidente - leia-se Jair e os filhos, Tarcísio se distancia de uma parcela importante do eleitorado: aqueles que buscam um candidato moderado. E, até ontem, adivinhe? Era Tarcísio o equilibrado entre os candidatos. Mas, ao abraçar o discurso do bolsonarismo, de enfrentamento às instituições e apoio à trama golpista, ele demonstra estar mais alinhado à extrema direita do que possa parecer.
É bem capaz que, com o tempo, e pode ser mais rápido do que se pensa, o governador tente moderar o tom, recuar de alguma forma e acenar ao STF, como fez quando apoiou o tarifaço dos Estados Unidos sobre o Brasil. Mas, hoje, a avaliação entre lideranças políticas é de que Tarcísio errou e pode enfrentar as consequências. Uma delas é se distanciar do eleitor de centro, aquele que decidiu as últimas eleições e deve ser fundamental no próximo pleito.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.




