Tarso Genro e chapeuzinho vermelho
"Podemos não ter força para fazer o que deve ser feito. Isto faz parte. O que não faz parte é chamar o lobo mau de vovó querida", diz Valter Pomar
Fiz um comentário:
http://valterpomar.blogspot.com/2024/02/o-fio-de-tarso-genro.html
Tarso Genro respondeu assim:
"Grato pelo destaque. Mas Allende dirigia um Governo de "transição socialista" ... Lula toca um Governo de centro, só apoiado na esquerda. É é grande, o melhor, no momento de brutal de refluxo da idéia Republicana. É a governabilidade frágil que nos toca".
Citei Allende, porque falei de Pinochet como exemplo clássico do militar supostamente profissional.
Mas podia ter citado outro presidente, porque a ilusão no suposto profissionalismo militar é ampla, geral e quase irrestrita.
Por exemplo, João Goulart e seu "dispositivo militar".
Este tipo de ilusão não é restrita aos socialistas, à esquerda, aos revolucionários.
Isto posto, o problema real é o que fazer.
Que a governabilidade é frágil, ninguém duvida.
Aliás, foi também em nome disso que - em 2022 - não se debateu abertamente, no Diretório Nacional do PT, na Federação, na coligação e no governo de transição, como tratar a chamada questão militar.
Esta postura - que uma pessoal mal humorada denominou "de avestruz" - não evitou a intentona de 8 de fevereiro de 2023.
Em resumo: podemos não ter força para fazer o que deve ser feito.
Isto faz parte.
O que não faz parte é chamar o lobo mau de vovó querida.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

