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Florestan Fernandes jr

Florestan Fernandes Júnior é jornalista, escritor e integrante do Jornalistas pela Democracia

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Táubua de tiro ao Álvaro

"Está claro que o atual presidente não tem o menor interesse nos livros, na cultura, nas artes e no saber", constata Florestan Fernandes Jr., Jornalista pela Democracia. "Como diria Adoniran Barbosa, o Brasil virou uma 'táubua de tiro ao Álvaro, não tem mais onde furar'"

Presidente Jair Bolsonaro durante reunião com o ministro da Educação, Abraham Weintraub. (Foto: Marcos Corrêa/PR)
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Por Florestan Fernandes Jr., para o Jornalistas pela Democracia - É impressionante a limitação intelectual, cultural e de formação educacional de Bolsonaro e de boa parte de seus colaboradores que ocupam os principais gabinetes da República na Esplanada dos Ministérios. Como diria o ex-presidente Lula, "nunca na história deste país" o poder esteve nas mãos de tantos mentecaptos. Eles proporcionam diariamente um verdadeiro campeonato de tiro onde a língua pátria é o alvo. 

Nesta quarta, 8 de janeiro, o ministro Abraham Weintraub acertou na mosca ao disparar um erro inadmissível para quem comanda os rumos da educação no país. Weintraub escreveu "imprecionante" em um pequeno comentário num post de Eduardo Bolsonaro. O reconhecimento pelo belo tiro foi imediato. Em apenas uma hora sua façanha alcançou o trending topics do Brasil no Twitter.  

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Aliás, o atual ministro da educação já acertou várias vezes na mosca ao abater com seus disparos mortais à gramática e à escrita portuguesa. Desde que assumiu o cargo, já escreveu em documentos de governo ou na internet os seguintes disparates: "insitaria", trocando o C pelo S, "paralização" trocando o S pelo Z, as palavras compostas "má fé", "bem vindo" e "pós graduação" sem hífen e chamou o escritor tcheco Franz Kafka de kafta (prato árabe). Isso tudo sem falar nos erros de concordância e no mau uso de vírgulas e aspas.  

E imaginar que esse senhor tem a coragem de atacar Paulo Freire. Certamente se ele tivesse estudado pelo método do educador e filósofo pernambucano, hoje saberia falar e escrever o português de maneira correta. Mas no império comandado pelo capitão das "bravatas" tudo é possível, até o ministro da Justiça Sérgio Moro trocar a palavra cônjuge por "conje", "rusgas" por "rugas" e empregar o verbo "haver" no plural, no sentido de "existiam", o que é incorreto, já que ele deve ser conjugado apenas na terceira pessoa do singular. 

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Para completar o festival de besteirol, o capitão nos brinda, no início do ano, com o seguinte comentário: "Os livros hoje em dia, como regra, é um amontoado… Muita coisa escrita, tem que suavizar aquilo”. Está claro que o atual presidente não tem o menor interesse nos livros, na cultura, nas artes e no saber. A escolha de seu ministro da educação não deixa a menor dúvida disso. Bolsonaro prefere o pensamento plano e raso, bem ao estilo de seu guru-astrólogo que entre as polêmicas fake afirmou que o nazismo era de esquerda, que a Terra pode não ser redonda, que os Beatles eram semianalfabetos e que o autor das composições do grupo de Liverpool poderia ser o filósofo alemão Theodor Adorno.  

Chego à conclusão de que este governo erra na forma e no conteúdo. A forma ainda é passível de correção. Já no que diz respeito ao ideário, não há salvação. Como diria Adoniran Barbosa, o Brasil virou uma "táubua de tiro ao Álvaro, não tem mais onde furar".

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