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      Dom Orvandil

      Bispo Primaz da Igreja Católica Anglicana, Editor e apresentador do Site e do Canal Cartas Proféticas

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      Temer buscar seu filho na escola não é gesto fortuito

      Desde que essa escória assaltou o governo, num esquema armado por criminosos da têmpera de Eduardo Cunha, que o Brasil caminha célere ao desastre político, econômico, cultural e social, com danos irreversíveis por décadas futuras

      Amiga Profª Isabel Cardoso, Funchal, Portugal

      Pelo alto nível de seu conhecimento e pelos amigos brasileiros de sua lista a amiga certamente acompanha o drama que vivemos no Brasil com o golpe que a elite brasileira, de mãos dadas com os interesses espúrios internacionais e com a máfia corrupta investigada pela justiça que forma o elenco do governo provisório de Michel Temer.

      Desde que essa escória assaltou o governo, num esquema armado por criminosos da têmpera de Eduardo Cunha, que o Brasil caminha célere ao desastre político, econômico, cultural e social, com danos irreversíveis por décadas futuras.

      Grande parte de nosso povo brasileiro foi manipulada e enganada pela mídia que blinda o golpe. Por isso embarcou na canoa enferrujada e furada de que o problema no Brasil era Dilma e a democracia. Muitos desfilaram pelas ruas gritando por golpe militar e até por intervenção dos Estados Unidos, afundada em apatia em ignorância infernais.

      A pasmaceira gigantesca chegou ao ponto de incentivar, como se fossem palmas e olé de torcida de qualquer time, um espetáculo de horror com deputados sem vergonhas e facínoras votando pela admissibilidade do impeachment de uma Presidente sem crimes. No Senado Federal o processo se encaminhava com cegos, surdos irracionais e irresponsáveis convictos de que apeariam a Presidenta do poder e tomariam o governo de assalto.

      Pois bem, poucos meses se passaram com Dilma perseguida, caluniada, presa no Palácio da Alvorada, acossada por mentiras atrozes e abusos do irresponsável de plantão na presidência da República, que lhe retirou direitos como o de viajar para denunciar o golpe e até lhe retirou alimentos, sob a falsa justificativa de economia, já que o Brasil vive uma profunda crise, para o povo se dar conta de que todas as manobras são para consolidar um golpe de Estado.

      Com isso o prestígio de Michel Temer, que já era nenhum, caiu ainda mais. O interino amarga 6% de apoio do povo brasileiro, conforme pesquisa de opinião.

      Ninguém acredita no presidente (com “p” minúsculo) interino, porque sabe que se trata de um golpista.

      Arrasado, de cabeça baixa, o golpista Temer não sai às ruas porque será escrachado e demolido pelo povo que o descobriu com a boca na botija do golpe.

      Destroçado moralmente, Temer não tem obras para inaugurar porque nunca fez nada em toda a sua vida. Se tivesse que cortar fitas seriam as de obras dos governos de Lula e de Dilma, cujas imagens e legados invejosamente deseja destruir, inclusive demitindo garçom do Palácio do Planalto por ser amigo do ex-presidente Luiz.

      O vice não tem forças para nada nem moral para se impor às maquinações de Eduardo Cunha, o “impicheiro” vingativo.

      Então o que o vice sem votos fez? Teve a ideia de buscar seu filho na escola e avisar a mídia sua amiga, objetivando passar à opinião pública a ideia de que temos um presidente que é bom pai, bom marido e de família distinta, preocupado com seu rebento que, aliás, já é dono de dois milhões de reais em imóveis, apesar de seus 7 anos de idade, presente do seu pai hipocritamente impoluto.

      A pauta anunciada para as redações da mídia foi tão ridícula que até jornalistas e fotógrafos capachos de seus patrões estranharam e perguntaram: “mas isso é pauta?” A pergunta indagava, no fundo, se isso é pauta de um sujeito que pensa que é presidente da República, confundindo o poder público com programas pessoais e familiares.

      Temer fracassou novamente. Sua estratégia de marketing foi um retundo fiasco, que virou chacota nacional. Talvez a próxima pesquisa beire o zero.

      Penso, contudo, que o gesto do golpista não foi fortuito. Pelo contrário, é rico em significado.

      Temer deseja ardentemente representar as consideradas boas famílias brancas e ricas da elite preconceituosa de São Paulo. Era importante evidenciar para as batedoras de panelas em varandas de mansões que ele leva a família a sério.

      O fracassado quis explicitar com o gesto de bom pai que o modelo de família que ele representa é a que está no poder agora. Família constituída de um casal macho e fêmea, pais e mães naturais de seus rebentos. Afinal, é isso que os fundamentalistas querem que ele signifique.

      A família burguesa de Temer entende que as coisas da República, do Estado, do poder e da Nação são suas e não desse povo de pobres nordestinos e trabalhadores que pensam em direitos e no socialismo. Buscar seu filho na escola, a Escola das Nações, internacional e bilíngue, com mensalidade de R$3.400,00, inacessível a candangos pobres, é símbolo do estilo que pensa que todo o País deve lhe servir, como o fizeram os donos das casas grandes com os escravos e indígenas, maltratados e mantidos na miséria e nas trevas da exclusão. Por isso dê-lhe motorista para dirigir o carro oficial, com batedores e segurança dedicada a chefes de Estado, tudo para buscar uma criança na escola. Mesmo que as outras crianças, filhas de trabalhadores, não contem com nenhuma segurança, com nenhum transporte digno, com nenhuma condição humana.

      Mas o que isso importa a golpistas que golpeiam para tirar proveitos?

      A família de Temer é a mesma da dama elogiada pela nojenta revista Veja ao se referir à Marcela, mãe do privilegiado usado como estratégia de marketing, como bonita, recatada e do lar.

      Mais, a família de Temer, com sua esposa Marcela entregue à vida de rainha, custeada por recursos públicos, gastos nababescamente como água na areia. Segundo o empresário e blogueiro Eduardo Guimarães, a mídia inglesa denunciou a vida de alto padrão em gastos e consumos com dinheiro público por parte dos moradores do Palácio do Jaburu, residência do vice presidente. “Um dos maiores vexames internacionais a que o país poderá ser submetido nos próximos anos é o conhecido uso desmesurado de dinheiro público pela família de Michel Temer”, escreveu o jornal Mail Online.

      Deixo o Eduardo descrever o que considero nada casual e limitado à intenção de usar uma criança para alavancar a imagem de um presidente desprestigiado. O barulho de Temer em torno do Michelzinho, seu filho, é um paradigma triste a ser varrido do País e expulso da sociedade como mau exemplo e sinal de roubo dos bens públicos e da boa fé.

      Escreveu Eduardo Guimarães: “O tabloide, que utiliza fotos postadas nos perfis do Instagram de pessoas próximas a Marcela, comparou os gastos da esposa de Michel Temer aos de Maria Antonieta, rainha da França na época da Revolução Francesa e esposa de Luís XVI, no fim do século 18.

      Segundo o jornal britânico, os gastos financeiros da primeira-dama, de 33 anos, não refletem o momento de crise que o Brasil enfrenta.

      Na artigo, o Daily Mail lista uma série de aquisições não só para Marcela, como para sua família. Entre eles, as viagens internacionais de primeira classe, cirurgias plásticas e procedimentos estéticos para a mãe de Marcela, Norma Tedeschi, e uma vida regada a champanhe, roupas caras e festas badaladas para a irmã, Marcela Fernanda Tedeschi.

      Ainda de acordo com a publicação, a família possui quatro camareiras somente para lavar e passar as roupas, além de duas empregadas, uma cozinheira e uma babá para cuidar de seu filho único, Michelzinho, de 7 anos.

      As despesas, segundo o jornal, não param por aí: Marcela Temer teria promovido uma reforma em vários cômodos no Palácio do Jaburu, residência oficial da Vice-Presidência em Brasília, que, de acordo com a publicação, custou milhões de reais de dinheiro público. Marcela teria ainda insistido para o marido comprar uma casa para sua mãe e sua irmã na capital federal avaliada em cerca de R$ 7 milhões” (leia mais).

      É todo esse escândalo que se move como vulcão por detrás do fiasco do desprestigiado Temer ao buscar seu filho na caríssima escola internacional bilíngue de Brasília, frequentada por filhos de diplomatas e empresários poderosos.

      O gesto estapafúrdio tipificante da ideia de família dominante me lembra da vez em que o ministro do trabalho de Collor, Antonio Magri, flagrado usando um carro o do ministério para levar seu cachorro num veterinário. Perguntado por repórteres pela razão da mordomia respondeu que seu cachorro era um ser humano como qualquer outro.

      Com a família Temer temos mais denúncias para acordarmos da bandalheira que fazem conosco por este governo federal roubado e repulsivo.

      Abraços críticos e fraternos na luta pela justiça e pela paz sociais.
      Dom Orvandil, OSF: bispo cabano, farrapo e republicano, presidente da Ibrapaz, bispo da Diocese Brasil Central e professor universitário, trabalhando duro sem explorar ninguém

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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