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Paulo Pimenta

Deputado federal pelo PT-RS

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Temer deixa legado autoritário e repactuação passa por diretas já

"Portanto, após um ano de governo Temer, é como acordar e ver que as novidades são os tenebrosos retrocessos antidemocráticos. A realidade é um país que, em tão pouco tempo, aprofundou as desigualdades, chegou a níveis extremos de violência, com um governo sem apoio popular, retrógrado, autoritário e flagrado em transações de corrupção explícitas, e que pela primeira vez em sua história tem um presidente investigado pelo Supremo Tribunal Federal por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução de justiça. Tudo isso, em nada nos surpreende. Temer é tão ultrapassado quanto a política que faz, e se mantém agarrado ao cargo muito mais para escapar das garras da justiça do que por qualquer preocupação com os rumos do país", escreve o deputado Paulo Pimenta (PT-RS)

Temer (Foto: Paulo Pimenta)
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Um ano após o golpe parlamentar, jurídico, empresarial e midiático em maio de 2016, que derrubou a presidenta Dilma Rousseff, o país atravessa uma grave crise política, econômica, ética e moral. A tônica do golpe foi o bombardeio ao projeto democrático popular, o ataque misógino à presidenta eleita e a propagação da campanha de destruição do Partido dos Trabalhadores contando com a colaboração da grande mídia e de órgãos do sistema de justiça que foram "ungidos" de uma suposta moralidade para decidir o destino do país. A engenharia do golpe fez um deslocamento do campo político para o judiciário, e conduziu táticas populistas e antidemocráticas de "combate à corrupção" direcionadas à criminalização da esquerda. Tudo isso afetou profundamente a democracia.

Embora o estratagema golpista não tenha conseguido desviar o foco da corrupção empresarial, que atingiu em cheio a cúpula do PMDB e PSDB, a vacilada da arapuca golpista não remenda a fissura no tecido social que foi aberta com a quebra dos princípios e valores democráticos. A máquina compressora do golpe foi soterrando a democracia que está ameaçada com a expropriação das instituições do Estado pelo projeto golpista e a utilização do aparato judicial para tornar recorrentes as medidas de exceção.

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Primeiro, a manipulação e instrumentalização de processos judiciais fez boa parte da sociedade acreditar que não havia nada de mais em afastar uma presidenta eleita para colocar em seu lugar um governo ilegítimo; fez crer que a perseguição ao ex-presidente Lula e sua família não afetariam a estrutura da sociedade e que isso não implicaria em um desiquilíbrio das relações democráticas. Os discursos de ódio propagados com as cores de nacionalismo vieram para aterrorizar e calar a população diante das injustiças da classe dominante que nunca aceitou as políticas de inclusão e a participação social, e por isso combateu a educação pública, a saúde pública, a previdência pública, os direitos trabalhistas e empunhou o projeto de retrocesso antidemocrático.

Enquanto alguns se importavam em denunciar a seletividade da chamada operação "Lava Jato", muitos vibravam com a suposta "guerra" à corrupção. Assim, tão distraídos, poucos perceberam que Michel Temer, José Serra e companhia liquidaram a soberania nacional quando entregaram o pré-sal, abrindo as portas ao capital internacional, ou quando o Congresso acabou com os direitos sociais ao congelar os investimentos destinados às políticas de educação, saúde, assistência, segurança, por 20 anos. Logo após, começa a vir à tona a realidade de um país que que foi banhado pela intolerância. Mas, quem se importou com a violência contra estudantes, povos indígenas, quilombolas, trabalhadores/as do campo?

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Como um país que faz seu caminho de volta à naturalização das desigualdades, à indiferença à violação dos Direitos Humanos, saiu dos noticiários sem qualquer questionamento em relação ao que significa uma comunidade pobre sem creches, uma escola pública fechada, uma farmácia popular sem remédios e sem os serviços de assistência que serão interrompidos. Implacável, destruindo a cidadania e instalando aparatos repressivos que têm como alvo barrar qualquer contestação à agenda das reformas trabalhista e previdenciária, preço a ser pago ao poder econômico que financia a operação golpista, mais uma vez, quer fazer a população acreditar subtrair direitos dos mais pobres ajuda o país.

Em caminho de um regime de exceção, com a velha justificativa de "garantir a lei e a ordem", veio a repressão aos trabalhadores/as. Por meio de um decreto, o golpista Michel Temer convocou as Forças Armadas para reprimir os manifestantes do "Ocupa Brasília", autorizando atacar mais de cem mil pessoas com uma intensa chuva de bombas usadas para impedir a realização do ato de protesto contra as reformas e por eleições diretas, chamado pelas centrais sindicais, partidos políticos de oposição e movimentos sociais, na capital do país.

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Portanto, após um ano de governo Temer, é como acordar e ver que as novidades são os tenebrosos retrocessos antidemocráticos. A realidade é um país que, em tão pouco tempo, aprofundou as desigualdades, chegou a níveis extremos de violência, com um governo sem apoio popular, retrógrado, autoritário e flagrado em transações de corrupção explícitas, e que pela primeira vez em sua história tem um presidente investigado pelo Supremo Tribunal Federal por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução de justiça. Tudo isso, em nada nos surpreende. Temer é tão ultrapassado quanto a política que faz, e se mantém agarrado ao cargo muito mais para escapar das garras da justiça do que por qualquer preocupação com os rumos do país.

Com o fim, na prática do governo Temer, a conspiração golpista busca agora uma saída - ao fracasso do seu próprio golpe – que dê continuidade à política neoliberal, e corre atrás de um nome para impor de forma indireta, via Congresso Nacional. Por outro lado, nas ruas, a resistência ao golpe rompe o consenso das elites e o bloqueio da mídia exigindo, legitimamente, eleições diretas para que se reestabeleça o caminho da democracia.

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Recente pesquisa apontou que mais de 90% da população defende "Diretas Já", pois sabe que qualquer nova saída sem a participação popular, como em 1964 e 2016, trará ainda mais instabilidade ao país, descrédito das nossas instituições e continuará penalizando a população mais carente. O Brasil tem novamente a chance de retornar aos trilhos da democracia. Que o sentimento da população brasileira possa, enfim, ser captado pelo Parlamento, que seguidamente se recusa ouvir a sociedade. A saída para a crise política, econômica ética e moral do Brasil existe, e passa, obrigatoriamente, por eleições diretas!

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