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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Temer demite melancias; laranjas, não

(Foto: Alex Solnik)
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   O senador Hélio José (PMDB-DF) ficou conhecido nacionalmente –e quiçá internacionalmente – quando, no ano passado, ao se gabar de sua influência no governo Temer garantiu, em telefonema grampeado que “poderia nomear até uma melancia”, depois de votar contra Dilma no impeachment.

   De fato: derrubada a presidente incômoda, foi recompensado com a nomeação de suas melancias.

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   Um ano se passou. Convencido, talvez, de que estava quites com o governo – ele dera o voto e o governo dera os cargos – o senador resolveu testar a sua independência: votou contra a reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, onde o governo perdeu por 10 a 9.

   Temer não teve dúvida: mandou demitir imediatamente algumas melancias do senador, deixando nítida a conexão entre o seu voto contra a reforma e o ato de demissão de seus indicados.

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   Temer admitiu, com isso, que formou seu governo de forma corrupta, trocando cargos por votos.

   Também expôs seus métodos, baseados em intimidação, chantagem e coação, fortalecendo a acusação de Joesley de que chefia a maior e a mais perigosa quadrilha do Brasil, pois esses métodos são empregados rotineiramente em filmes de gangsters.

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   O senador chamou o governo Temer de “corrupto”. Só se esqueceu de dizer que ele também é, porque corrupção tem dois lados. O governo propôs comprar seu voto em troca dos cargos e ele aceitou vender.

   O governo, além de estar perdido, perdeu completamente a vergonha.

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   Primeiramente, nomeou melancias do senador, ou seja, nomeou pessoas não por serem as mais qualificadas para os cargos, mas cuja qualificação era representada pela sigla IS – indicação do senador e IG – interesse do governo.

   Depois, livrou-se delas, com três objetivos: 1) punir o senador rebelde; 2) coagi-lo a mudar seu voto em plenário, sob risco de verem mais melancias serem demitidas e 3) mostrar aos demais aliados o que lhes pode suceder se forem pelo mesmo caminho.

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   Se Hélio José pretende se reeleger não pode mudar seu voto em plenário, sob o risco de virar melancia também. Ou abóbora.

   Temer também conseguiu constranger toda a bancada aliada: quem votar a favor vai ficar sob suspeita de que seu voto também foi fruto de chantagem, para evitar retaliações e não por convicção.

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    Mas demitir laranja, o que seria bom, Temer não demite.

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