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Paulo Henrique Arantes

Jornalista há quase quatro décadas, é autor de “Retratos da Destruição: Flashes dos Anos em que Jair Bolsonaro Tentou Acabar com o Brasil”

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Temer no lugar de Tebet é piada de mau gosto

"Temer encarna a elite que traçou desde a proclamação da República a tragédia social brasileira", diz Paulo Henrique Arantes

Michel Temer e Simone Tebet (Foto: Isac Nóbrega/PR | Waldemir Barreto/Agência Senado)
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Ricardo Noblat diz que Simone Tebet pode retirar sua candidatura presidencial em favor de Michel Temer. Como diria o Capitão Kurtz de Marlon Brando, “é o horror”, mesmo que ambos sejam despossuídos de votos.  Em março último, publicamos neste espaço um breve memorial dos anos Temer. Diante da cogitação do colega Noblat, vale novo lembrete.

Jair Bolsonaro tem cadeira cativa no lixo da História. Será lembrado como o presidente de um Brasil pária global, o Brasil da cloroquina e das quase 700 mil mortes por Covid. O Brasil de Jair será recordado como o país do insulto à razão e à ciência e do louvor ao atraso. A História, se apegada à verdade factual, citará Jair como aquele que ameaçou a nação com a possibilidade de golpe manu militari uma dúzia de vezes, como o presidente que cometia um crime cada vez que abria a boca, como o estimulador da destruição da Amazônia e da extinção dos povos indígenas.  

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Como destacamos recentemente, Michel Temer também terá uma lata de lixo histórica para chamar de sua. Velha raposa política, articulou a derrubada da presidenta da República e surrupiou-lhe o cargo. Na Presidência, foi instrumento perfeito da elite brasileira, conservadora e exploradora.

Os males que Michel Temer causou ao país perdurarão por muito tempo ainda. Mesmo que revogados, terão o efeito de aprofundar a desigualdade nestas terras. Abraçado a Henrique Meirelles, suas iniciativas foram cirúrgicas contra as classes mais vulneráveis -  o teratológico teto de gastos é o melhor exemplo disso, algo inédito mesmo nas piores praças neoliberais do mundo.

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O constitucionalista Michel Temer vilipendiou a Constituição ao promover uma reforma trabalhista totalmente descolada da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), apregoando uma “modernização” das relações de trabalho e em nome disso criando uma legião de trabalhadores informais, precarizados, sem direito a nada, bem ao gosto de um tipo de patrão brasileiro, useiro do argumento falso de que os custos da contratação formal lhe quebram as pernas.

A reforma da Previdência que Bolsonaro impingiu ao país, com ajuda do Congresso mais canhestro da História da República, foi concebida pelo governo Temer, como todos sabem. Só não emplacou naquele mandato porque o ocupante do Planalto perdeu qualquer condição de negociar com os parlamentares, denunciado que fora por corrupção após o vazamento do famigerado áudio da conversa macabra com Joesley “Friboi” Batista.

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Michel Temer encarna a elite que traçou desde a proclamação da República a tragédia social brasileira. A elite do atraso, como bem definida pelo sociólogo e escritor Jessé Souza. Uma elite envernizada por uma oratória conciliadora, um discurso centrista hipócrita que mal disfarça a volúpia por privilégios, com um pé na academia e outro nos regabofes com doleiros e assemelhados.

Essa elite, personificada pelos Naji Nahas da vida, pode apoiar uma eventual candidatura Temer, mas daí a transformar esse apoio em votos há uma distância intransponível.

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