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Eric Nepomuceno

Eric Nepomuceno é jornalista e escritor

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Tentando afundar a Petrobras?

"Depois de defenestrar Silva e Luna, Jair Messias quis aboletar um bolsonarista feroz, Rodolfo Landim, na presidência do conselho da empresa", diz o jornalista

Jair Bolsonaro (Foto: Reuters)

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Por Eric Nepomuceno, do Jornalistas pela Democracia

Poucos acontecimentos no governo do pior presidente da história são tão exemplares da capacidade de destruição – capacidade e, diga-se de passagem, obsessão – de Jair Messias do que o que está sendo feito com a Petrobras.

Primeiro ele fulmina, de maneira humilhante, o presidente da empresa, general da reserva Joaquim Silva e Luna. 

Aliás, é impressionante como Jair Messias, que nunca passou de tenente enquanto esteve na ativa – só virou capitão quando foi defenestrado para a reserva – adora humilhar generais de pijama. E mais impressionante ainda é como todos os da ativa contemplam, inertes, essa humilhação em cascata.

Voltando à situação da Petrobras: depois de defenestrar Silva e Luna, Jair Messias quis aboletar um bolsonarista feroz, Rodolfo Landim, na presidência do conselho da empresa. 

Não teve como: o próprio Landim, sabendo em que tipo de lodo está mergulhado desde que deixou, há séculos, a presidência da falecida BR Distribuidora, desistiu.

Ao mesmo tempo Jair Messias quis instalar na presidência da Petrobras um conhecidíssimo lobista chamado Adriano Pires, que se apresenta como consultor de empresas.

De novo, não deu: o escolhido está metido até o nariz em empresas concorrentes da Petrobras.

Os dois têm um ponto em comum: entendem de petróleo. Mas todos os outros pontos em comum fariam com que seus nomes fossem irremediavelmente rejeitados pelo organismo interno da Petrobras destinado justamente a aprovar indicados para cargos de confiança e de comando.

Houve um terceiro convidado, Decio Oddone, que chegou a presidir a ANP – Agência Nacional de Petróleo – e, portanto, entende, e muito, do riscado. 

Pois ele também recusou. Entre outros motivos para a recusa: Oddone preside uma empresa de óleo de gás, ou seja, seria incompatível para o cargo.

Não se trata apenas de mais uma lambança de Jair Messias. Deixar a Petrobras à deriva é bem mais sério que isso: é ameaçar a empresa num momento delicado. 

É outra aberração de alguém que, mais que um sem-noção incompetente, é um desequilibrado sem remédio.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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