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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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Tio Sam não deixa FHC criticar Bolsonaro

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FHC não pode criticar Bolsonaro porque incomodaria Washington, satisfeito com a política econômica entreguista de Paulo Guedes; está na armadilha de Tio Sam, a quem serviu, como o capitão presidente, promovendo a privataria tucana, a mesma que está detonando a Petrobrás e a Era Vargas; cinicamente, finge mal-estar por não ter votado em Haddad, no segundo turno, em 2018; o notável repórter Fernando Morais diz agora que se arrependimento matasse, estaria morto; subiu, nos anos 1980, no palanque de FHC, correligionário dentro do PMDB, na doce ilusão de eleger um marxista uspiano; assim que eleito, FHC bandeou para Tio Sam; encabeçou dissidência dentro do PMDB para formar o PSDB; o príncipe da sociologia ensaiou reação; pediu que esquecessem o que escreveu, como marxista; não agisse nesse sentido, não chegaria ao poder, sem aval da Casa Branca. 

A esquerda brasileira se enganou, miseravelmente, com FHC; achou que ele se pautaria por agenda progressista; Morais, então MDB, amigo de FHC, enquanto este estava no partido de Ulisses Guimarães, foi um dos enganados; o repórter, que se transformaria em grande escritor, comprou gato por lebre; não só ele; na verdade, os jornalistas de esquerda, nos anos pós-ditadura, estavam expostos a esse perigo, dada parca experiência em mídia revolucionária, socialista ou comunista; jamais se determinaram e se pautaram pela palavra de ordem de Bolivar, que fez a cabeça de Hugo Chavez, no sentido de conceber a imprensa como artilharia do pensamento da revolução proletária.

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ESQUERDA ENGANADA

Repórter do Jornal da Tarde, filhote sofisticado do Estadão, Fernando Morais, comunista, sentia-se bem ao lado do príncipe, junto à família Mesquita, quatrocentona ultra-conservadora, proprietária do O Estado de São Paulo, essencialmente, moralista, antinacionalista e, sobretudo, anti-varguista, anti-janguista, anti-brizolista, enfim, anti-revolucionária; a esquerda abrigava-se nas alas progressistas do MDB, na luta contra ditadura, que iria desembocar nas Diretas Já; Morais e toda uma geração de grandes repórteres fizeram a grandeza do Estadão, do JT, da Folha, do Globo, do JB, Veja, apoiadores do golpe de 1964, mas jamais exercitaram o jornalismo chavista bolivariano de expandir imprensa comunitária; trabalhavam para a elite conservadora e reacionária, linha de frente de todos os golpes de direita no Brasil, depois da revolução de 1930, comandada por Vargas; não se aprofundaram no Varguismo, como José Augusto Ribeiro, na trilogia Era Vargas; não tiveram predisposição revolucionária nacionalista; não fizeram isso para preservar seus empregos na mídia reacionária; virariam aquilo que Darci Ribeiro chamou de a esquerda que a direita gosta; acabaram caindo na lábia neoliberal de FHC; rendidos à cartilha de Washington, no plano político, eram antimilitaristas; no plano econômico, apoiavam a política de Campos-Bulhões-Simonsen; caíram no conto das reformas neoliberais e seus conceitos emanados de Chicago contra as reformas de base janguistas, trabalhistas, nacionalistas; torceram nariz para Geisel e seu nacionalismo getulista; preferiram a política de direitos humanos de Jimmy Carter contra o acordo nuclear Brasil-Alemanha.

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MYZÉRIA DO LYYBERALYSMO

Contra eles, em 1976, Glauber Rocha, voltando do exílio, escreveu, no Correio Braziliense, virulento artigo intitulado “Myzérya do Lyberalysmo”, no qual defendia Geisel. Escandalizou a esquerda que se alinhava a Carter; nesse momento, FHC, no semanário Opinião, critica o nacionalismo militar, já pregando, disfarçadamente, o fim da Era Vargas; tal posição viria se tornar predominante quando assumiu seu primeiro mandato(1994-1998). O vendilhão da pátria, que alienou por 30 dinheiros a Vale do Rio Doce, conseguiu, com sua verve anti-varguista, na qual os esquerdistas caiam como patinhos, enrolar os progressistas com agenda do Plano Real; visto hoje, da perspectiva histórica, tal plano foi o pontapé da desindustrialização nacional, da disparada do endividamento público, por conta dos juros escorchantes, que cresceram, com os tucanos, bem acima do crescimento do PIB; jogariam, consequentemente, a economia na armadilha da dívida e no Consenso de Washington; promoveram desestatização, acelerando o que agora faz Paulo Guedes; cumpririam a pregação do fim da Era Vargas.

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PECADO CAPITAL DO PT NO PODER

O interregno petista, de 2003 a 2014, deu tranco relativo no entreguismo, sem ter coragem de investigar a Era FHC, como faz hoje o peronismo, na Argentina, devassando o entreguismo da Era Macri; os petistas, sem o passado histórico nacionalista de Perón-Vargas, cometeriam o pecado capital de não ter priorizado aquilo que o varguista Hugo Chavez elegeria prioridade das prioridades: política de comunicação socialista, crítica do neoliberalismo, do Consenso de Washington etc; sem a “artilharia do pensamento”(Chavez-Bolivar), o PT acabaria caindo na lábia da grande mídia até se transformar, como diz o repórter Beto Almeida, da TV Comunitária e da Telesur, partido Globodependente, para perceber-se vivo pela população, para o bem e para o mal; enquanto Chavez criava, na Venezuela, a Telesur, com o slogan “Nosso norte é o Sul”, bombeando mídia comunitária, Lula, por aqui, esvaziava tevês e rádios comunitárias; inviabilizou o avanço do pensamento socialista midiático; o golpe americano contra os petistas para tomar o pré-sal e a Petrobrás, que eles fortaleceram, não teve como contrapartida a crítica socialista resistente de uma “artilharia do pensamento”; Dilma sequer deu ouvidos ao alerta de Putin, Rússia, e Erdogan, Turquia, de que ela estava sendo vítima de golpe preparado por Washington; quando Lula se vangloriou, diante do cineasta americano, Olivier Stone, por ter salvado  a Globo da falência, teve como resposta dele uma tremenda porrada: “Ó, que grande e terrível engano”. O presidente petista foi ingênuo; não teve a defendê-lo mídia independente; sua obra ficou sem publicidade; galinha que não cacarejou quando pôs seus ovos de ouro; os golpistas passaram por cima dela e criaram a sua narrativa do “Lula ladrão da Petrobrás”; resultado: prisioneiro da Operação Lavajato que armou a narrativa e o lawfare de “Lula Ladrão”. E a Petrobrás vai para o sal, imponto preço dolarizado dos combustíveis à população.

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CINISMO DO PRÍNCIPE USPIANO

A cínico mea-culpa de FHC por não ter votado no segundo turno, em 2018, em Haddad, é o corolário de uma tragédia política; cobram de FHC, agora, como faz Janine Ribeiro, maior contundência dele na crítica ao capitão presidente genocida; por que essa contundência não vem? Simples: Washington não iria gostar; Bolsonaro, como foi FHC, é adequado ao império, com a política econômica neoliberal bolsonarista- pauloguedeseana, sequência daquela que o PSDB colocou em prática, com FHC, para promover a privataria tucana; o arrependimento de Fernando Morais, por ter feito campanha eleitoral para FHC, deveria, também, ser acompanhado de mea-culpa pelos equívocos comunistas com seu anti-varguismo; Getúlio Vargas, construtor do Estado nacional, contra o qual se posicionaram os esquerdistas comunistas, foi, compreensivelmente, menosprezado pela mídia burguesa, na qual a esquerda trabalhava; a reação midiática golpista de 2016 sente-se satisfeita com a destruição em marcha  da Era Vargas; elogia FHC por isso e tenta protegê-lo, pouco se lixando pela sua atual dor de consciência; Quem não caiu no conto do vigário de FHC foi o senador Lauro Campos, marxista petista – depois, brizolista – que denominou FHC de primeiro anti-presidente do  anti-estado nacional brasileiro.

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