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Juca Simonard

Jornalista, tradutor e professor de francês. Trabalhou como redator e editor do Diário Causa Operária entre 2018 e 2019. Auxiliar na edição de revistas, panfletos e jornais impressos do PCO, e também do jornal A Luta Contra o Golpe (tabloide unificado dos comitês pela liberdade de Lula e pelo Fora Bolsonaro).

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Tite deveria chamar Daniel Borges para a Seleção

Achado do Botafogo é uma máquina de assistências e um jogador versátil. O técnico da Seleção deveria dar mais chances a quem disputa o Campeonato Brasileiro

Daniel Borges (Foto: Vítor Silva / Botafogo)
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Por Juca Simonard

Eu sei que o complexo de vira-lata que a imprensa brasileira, vendida ao estrangeiro, estimula nos faz acreditar que o atleta que joga no Brasil é inferior a qualquer um que joga na Europa. Mas isso não é verdade, principalmente nos últimos anos.

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Seria verdade se estivéssemos falando do período que vai do início dos anos 2000 até 2018, mais ou menos. Os bons jogadores iam todos para fora e o Brasil, que revelava a maioria destes, ficava com jogadores medianos para a disputa nacional.

A situação era ruim para o futebol brasileiro em vários pontos de vista. O campeonato nacional, e seus times, ficavam capengas e muitos possíveis e futuros craques se perdiam em times secundários de campeonatos não competitivos, como o espanhol, o francês e o alemão.

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Mas a situação está mudando. Nos últimos anos, o investimento geral (tema para outro artigo) tem fortalecido o trabalho na base dos clubes brasileiros e muitos times têm conseguido segurar estes jogadores – com destaque ao Palmeiras. Também tem ocorrido um processo de repatriação dos jogadores brasileiros. Inicialmente vieram jogadores mais velhos, mas agora estão vindo alguns entre 25 e 29 anos. 

(Claro, ainda não dá para competir com os bilionários europeus que pegam estrelas como Vini Jr., Raphinha, Paquetá, Gerson, Antony...)

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A soma disso tudo é que o futebol brasileiro, enquanto campeonato nacional, voltou a ter times fortes consolidados (Palmeiras, Flamengo, Atlético) e tem alguns se consolidando (São Paulo, Botafogo, Athlético).

Por isso, a Seleção deveria olhar mais para o campeonato nacional. Sem preconceitos. O fato de um jogador estar na Europa (ou em outro continente) não significa que ele é melhor do que os que jogam no Brasil. Esses preconceitos fazem com que o jogador brasileiro, para ser chamado à Seleção, tenha que jogar cinco vezes mais do que se estivesse lá fora.

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Mas tudo bem. A Seleção de Tite é sensacional. Uma das melhores que eu, sendo um jovem torcedor, já vi. O único ponto fraco, na minha opinião, são as laterais. Na esquerda, acho que dá para manter Alex Telles e Arana (mais um que joga no Brasil). 

Agora, na direita… Tite escalou Danilo e Daniel Alves. 

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Mais velho, Daniel Alves não joga mais como antes. Mas, ok, ele é uma liderança importante e pode dar moral ao time mesmo no banco. 

Já Danilo, nunca vi grande coisa nele. Joga no campeonato italiano, que não é muito disputado, e os números não são lá grande coisa. Pode ser uma boa opção na defesa, mas ofensivamente deixa a desejar. Nunca entendi direito seu espaço na Seleção. Tite deve ter suas razões.

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Por outro lado, Daniel Borges, lateral do Botafogo, é um achado e tanto. Desde o ano passado, quando foi campeão da Série B, até agora, evoluiu muito e se tornou uma peça fundamental da equipe. Bom defensivamente e ofensivamente. É o garçom do time, uma máquina de assistências. A maior parte das jogadas de gol ou ameaças do alvinegro passam por ele. Sem contar que é bom nas bolas paradas.

Versátil, começou a jogar na lateral-esquerda no time do técnico Luis Castro, com a chegada de Saravia. E se deu bem, sendo elogiado pelo 'Maestro' Júnior, que jogava desta forma no Flamengo e na Seleção.

Meu apelo, no entanto, não é apenas para que Tite dê uma chance a Daniel. Na minha opinião, o técnico da Seleção deveria olhar mais para o Brasil. Fazer alguns testes de “aspirantes” – talvez no formato de jogos-treinos – para os jogadores que jogam no Brasil. Tem muita gente comendo a bola. Falou-se muito no Raphael Veiga, e ele merece uma chance, mas também temos Dudu, do Palmeiras, por exemplo, e tantos outros.

Uma Seleção com jogadores que jogam no Brasil tem mais identificação com o povo brasileiro e, portanto, terá mais apoio. Claro, o país é a maior máquina de produzir craques no mundo, e por isso é difícil colocar todos os bons em apenas 26 vagas. Mas dar uma chance a quem disputa o Campeonato Brasileiro, a competição nacional mais difícil do mundo, pode surpreender.

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