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Ricardo Kotscho

Ricardo Kotscho é jornalista e integra o Jornalistas pela Democracia. Recebeu quatro vezes o Prêmio Esso de Jornalismo e é autor de vários livros.

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Toffoli adia decisão para STF dar um jeito de manter Lula preso

"Estão tentando encontrar um jeito de criar a 'Lei Lula', que permitirá soltar qualquer condenado em processos viciados, menos o ex-presidente", escreve o jornalista Ricardo Kotscho. "Viramos o país do semi: semi democracia, semi ditadura, semi justiça, semi liberdade, semi direitos, semi verdades, semi independência dos poderes"

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Por Ricardo Kotscho, no Balaio do Kotscho e para o Jornalistas pela Democracia

Por mais que o Jornal Nacional queira manipular e esconder o fato, como Chico Malfitani tem mostrado diariamente no Nocaute, trava-se neste momento no STF uma disputa entre ministros que só tem um objetivo para a bancada Lava Jato-Globo: não deixar Lula sair da prisão tão cedo, nem que para isso tenham que criar uma lei só para ele.

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Estão tentando encontrar um jeito de criar a “Lei Lula”, que permitirá soltar qualquer condenado em processos viciados, menos o ex-presidente.

É simples assim. Por isso, a demora para encontrar uma “tese” de consenso no Supremo dividido.

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O resto é pura firula para dar um ar de normalidade ao que não é normal: ficar discutindo, em 2019, se a Constituição de 1988 deve ou não ser respeitada pelos heróis da Lava Jato.

O problema é que o grupo lavajatense está em minoria neste momento, como mostrou a nova derrota imposta a Moro & Dallagnol por 7 a 4 na sessão de quarta-feira.

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Daí o impasse.

Embora seu nome não seja sequer citado nas longas discussões sobre quem se manifesta por último nos processos, se o delator ou o delatado, o fato é que tudo gira em torno de Lula, o preso político encarcerado há 550 dias em Curitiba.

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É isso também que determina as altas e baixas da Bolsa e do dólar e dá sobrevida ao capitão-presidente agasalhado pelos generais que estão na muda.

Anunciaram que a Bolsa ia disparar e o dólar cair com a aprovação da Reforma da Providência, mas isso já está precificado, e não vai acontecer nada.

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A economia vai continuar patinando do mesmo jeito, os desempregados continuarão desempregados e o que o mercado quer saber é se Lula vai continuar preso ou não.

Criticam o PT por insistir na defesa de Lula, mas os seus inimigos também só pensam no destino dele o tempo todo, como mostram os editoriais da grande imprensa.

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Formou-se toda uma geração de jornalistas que ganham a vida atacando Lula e o PT para agradar aos patrões e manter seus empregos.

Podem até descer a lenha em Bolsonaro e sua equipe de nanicos políticos e morais, mas a ordem é não permitir nenhuma citação que possa ser favorável para Lula.

Para isso, vale tudo: desenterrar a conta gotas as delações de Palocci, ironizar os advogados de defesa do petista ou insinuar que ele vive com mordomias numa sala vip da Polícia Federal de Curitiba e, por isso, se recusa a aceitar as condições do regime semi-aberto a que tem direito.

Se por acaso o STF exercer seu dever constitucional de exigir da Lava Jato o cumprimento das leis que asseguram o direito de defesa e o devido processo legal, o general Villas Boas vai mandar outro twitter para lembrar que se Lula for libertado as Forças Armadas tomarão uma providência.

Viramos o país do semi: semi democracia, semi ditadura, semi justiça, semi liberdade, semi direitos, semi verdades, semi independência dos poderes.

Colocados diante desta realidade gelatinosa, as excelências de todas as latitudes fazem cara de paisagem, como a dizer que a vida é assim mesmo: manda quem pode.

Sem ter como defender o inacreditável regime bolsonarista, o único argumento que lhes ocorre é perguntar: “E o Lula, e o PT?”.

É isso que está amarrando as decisões do STF e dando oxigênio às milícias virtuais que ainda são a principal base de apoio do governo.

Foi para elas que o capitão-presidente se dirigiu da tribuna da ONU, acenando com o perigo do “comunismo”, dando uma banana para o resto do mundo e para o Brasil que não votou nele.

Só num país que perdeu o mínimo recato institucional, o presidente da República se dirige ao novo procurador geral dizendo que sua escolha “foi  amor à primeira vista” e elogiando sua gravata verde-amarela.

E todo mundo na platéia, as mais altas autoridades do país, dá risada, bate palmas.

Fazer o quê?

Vida que segue.

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