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Washington Araújo

Mestre em Cinema, psicanalista, jornalista e conferencista, é autor de 19 livros publicados em diversos países. Professor de Comunicação, Sociologia, Geopolítica e Ética, tem mais de duas décadas de experiência na Secretaria-Geral da Mesa do Senado Federal. Especialista em IA, redes sociais e cultura global, atua na reflexão crítica sobre políticas públicas e direitos humanos. Produz o Podcast 1844 no Spotify e edita o site palavrafilmada.com.

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Torço para termos uma Copa fantástica

Muitas coisas boas ficarão no país. E destas, os 12 estádios/arenas modernos e belíssimos serão apenas alguns parcos detalhes

Desde antes de 2007 torci para que o Brasil sediasse a Copa neste 2014 e o Rio as Olimpíadas de 2016. Continuo torcendo para que sejam eventos super coroados de sucesso.

Não sou ingênuo para acreditar que os R$ 8 bi gastos com os 12 estádios seriam suficientes para acabar com a pobreza, a miséria, a seca no NE, transformar os hospitais brasileiros em sucursais nota dez do Sírio Libanês ou do Einstein e, menos ainda, compro a manipulação tosca que entende que um país só pode ter Copa e Olimpíadas se não houver neste mais pobreza ou transporte público capenga. Afinal o que representa R$ 8 bi se em outubro de 2013 o Produto Interno Bruto do Brasil já era superior a inéditos R$ 2,19 trilhões?

Semana passada a Fifa deu um susto no Paraná, que se esmera em não concluir a arena da Baixada e foi um corre-corre. Governo, prefeitura de Ctba, ONGs, sindicatos, todos se apressarão em afiançar que a bela capital paranaense não aceitava ser excluída da Copa. E então?

Os protestos têm mais é um forte viés partidário, ideológico e muitas vezes (mas não 100%) replicam um sentimento de elite muito perturbado pelas mudanças na base da pirâmide social brasileira.

Basta aprofundar um pouco sobre o perfil dos que posam de "#NãoVaiTerCopa". Integram um pacotaço: são contra o ProUni, o Mais Médicos, o Bolsa Família, as Cotas para acesso de negros e índios nas universidades públicas, cadeira do Brasil no Conselho de Segurança da ONU, contra a transposição das águas do velho Chico para acabar com a seca que infelicita parte do país. E POR AÍ VAI.

É a galera "mimimi". 2014 não será o fim do mundo. E como todos os anos, também passará. Muitas coisas boas ficarão no país. E destas, os 12 estádios/arenas modernos e belíssimos serão apenas alguns parcos detalhes.

A propósito nessa semana sairão dois novos artigos meus bem no clima raso do fla x flu do momento. Contra os 'black blocs'. E a favor das manifestações, desde que pacíficas. Os dois, novamente, para ser coerente, são favoráveis à Copa.

A beleza da democracia é o respeito ao diverso, ao contraponto, à pluralidade de pensamento, né?

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.