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Guilherme Coutinho

Jornalista, publicitário e especialista em Direito Público. Autor do blog Nitroglicerina Política

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Trabalhador doente: o efeito colateral do remédio amargo

E Bolsonaro ainda diz que o difícil no Brasil é ser patrão. Ou seja, vem mais remédio amargo por aí

Trabalhador doente: o efeito colateral do remédio amargo
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O tão falado "remédio amargo" a ser tomado pelo trabalhador para a criação de postos de trabalho foi mais uma vez tomado em vão. As vagas, prometidas, ano passado por Michel Temer, e, esse ano por Jair Bolsonaro, a serem geradas com a redução de direitos, não foram criadas. Pelo contrário, segundo dados recentes do IBGE, o trabalhador brasileiro, além de ter ficado com menos direitos, ficou com menos 2,3 vagas de trabalho. Os números são dos últimos dois anos e coincidem, aproximadamente, com o golpe sofrido por Dilma Rousseff e passam pela reforma trabalhista de Temer, que completou um ano e meio. A informalidade também aumentou no período.

A matemática parecia simples. Caso os direitos dos trabalhadores fossem reduzidos, os empregadores poderiam contratar mais pessoas, combatendo o desemprego. Bolsonaro desenhou a fórmula, em entrevista ontem: "O trabalhador que vai ter que decidir: um pouquinho menos de direito e emprego ou todos os direitos e nenhum emprego". Mas os números divulgados pelo IBGE contrariaram o Presidente, mostrando que, em uma sociedade rentista, essa conta é bem mais complicada.

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Outro dado nos ajuda a compreender melhor. A concentração de renda também aumentou entre 2016 e 2017. Ou seja, a situação financeira do trabalhador, que perdeu direitos, ficou ainda mais distante da de seu empregador. Pelo visto, não existe repasse de benefícios, nessa guerra de classes contemporânea e rentista. Isso, é claro, se não considerarmos os que perderam o emprego e nem têm um parâmetro de comparação com seus patrões. A consequência são 2 milhões de brasileiros a mais vivendo na pobreza (menos de R$ 406 por mês) e um país mais injusto e desigual.

O neoliberalismo sempre elege uma mesma classe para pagar a conta das crises financeiras: a trabalhadora. Os detentores dos meios de produção e a elite política sempre saem ilesas das reformas e medidas de austeridade, que sempre recaem sobre as mesmas costas largas, a do trabalhador que, ainda por cima, perderá seu ministério na esplanada. E Bolsonaro ainda diz que o difícil no Brasil é ser patrão. Ou seja, vem mais remédio amargo por aí.

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