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Alex Solnik

Alex Solnik, jornalista, é autor de "O dia em que conheci Brilhante Ustra" (Geração Editorial)

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Três contra um

O jornalista Alex Solnik comenta os equivocos do presidente Lula na avaliação do cenário eleitoral em São Paulo

Luiz Inácio Lula da Silva, Jair Bolsonaro, Planaldo, onde fica o gabinete presidencial, urna e o TSE (Foto: ABR | REUTERS / Suamy Beydoun I Ricardo Stuckert / PR)

Por Alex Solnik - O presidente Lula comete três equívocos ao avaliar que sua guerra na eleição a prefeito de São Paulo é apenas contra Bolsonaro, seu principal adversário nacional há seis anos.

 O atual prefeito e candidato à reeleição formou uma coligação de 11 partidos, sete dos quais fazem parte da base de apoio do governo Lula, ou seja, a maioria dos apoiadores do atual prefeito não é de partidos alinhados a Bolsonaro, eis o primeiro equívoco: ao declarar guerra ao atual prefeito, Lula declara guerra a sete partidos de cujo votos depende para aprovar seus projetos no Congresso Nacional; declara guerra ao seu próprio governo!

O segundo equívoco é desprezar o fato de que o governo de Ricardo Nunes é uma continuação do de Bruno Covas, herdeiro político de uma das maiores lideranças de São Paulo e do Brasil, o ex-governador Mário Covas, um dos baluartes da democracia brasileira.

O terceiro é ignorar que a cidade tem ex-eleitores de Paulo Maluf, cujos anseios e valores estão muito mais vinculados a Nunes que ao candidato de Lula.

Ao se engajar de corpo e alma na campanha de Boulos, Lula enfrenta, portanto, três forças políticas: Maluf, Covas e Bolsonaro.

Napoleão fracassou em Waterloo ao enfrentar de uma só vez dois exércitos, o inglês e o alemão.

Que dirá se tivesse enfrentado três. 

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.