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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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Trotski anteviu fenômeno populista lulista

Trata-se, como disse Trotski, do triunfo populista dos líderes populares autênticos cuja força sobrepõe-se, à larga, aos partidos da burguesia financeira e industrial, cuja sustentação, no parlamento, se dá com compra de interesses políticos e econômicos partidários

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Antevisão histórica

Trotski, cuja morte há 78 anos, em 21.08.1940, abalou a política mundial, disse que o fenômeno populista na América do Sul é produto da fraqueza dos partidos.

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Sem representatividade autêntica, no ambiente da dominação econômica financeira capitalista, sempre volátil, eles se tornam, segundo o criador do Exército Vermelho e teórico comunista, meras expressões inorgânicas, politicamente, incapazes de atender as demandas sociais.

Não representam a sociedade.

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São armações de interesses poderosos para, através da política, nos parlamentos, conduzirem a economia, de acordo com os interesses do capitalismo cêntrico.

A tese de Trotski é batata, relativamente, ao que está acontecendo na eleição presidencial de 2018: os partidos da burguesia industrial e financeira – PSDB e PMDB – e seus penduricalhos não conseguem ameaçar Lula, candidato popular, como demonstram as pesquisas dessa semana.

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A razão é simples: não têm credibilidade popular.

O contrário está acontecendo com Lula e o PT, com a sociedade sendo atraída pelo discurso da orfandade popular com seu candidato preso em Curitiba.

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Lá nas masmorras, sim, está encarcerada a vontade popular.

A mentira, para a vontade popular, como demonstram pesquisas, encontra-se no exterior da realidade das masmorras na qual dançam na subjetividade política alienada os partidos politicamente desacreditados, dada sua desvinculação da realidade concreta da população.

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Apoiaram o golpe neoliberal que jogou o país na recessão e no desemprego, acompanhado da desnacionalização acelerada da economia.

Não poderiam estar bem nas pesquisas, é claro.

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Esperança popular

Por isso, para Trotski, os populistas representam as esperanças populares, dada sincronia de discurso entre realidade e prática.

Com Getúlio, populista, como Trotski o considerava, ou seja, líder popular nacionalista, o trabalhador despertou para conquistas e direitos sociais e econômicos, transformando-se na base do desenvolvimento nacional.

Lula, realizando política social desenvolvimentista nacionalista, empoderou os socialmente excluídos, agora, com sede de reformas políticas para ampliar participação popular nas políticas públicas, expressas no Orçamento Geral da União(OGU).

Os populistas Getúlio e Lula representaram interatividade teoria-prática, governo-povo, popularidade política crescente, decorrente de políticas sociais como princípio da dinâmica econômica e da paz social etc.

"Pobre não é problema, é solução"(Lula)

Ao contrário, para a teoria neoliberal importada do Consenso de Washington por Temer, mediante golpe político de 2016, pobre é o problema e a solução é exterminá-lo com políticas anti-sociais anti-distributivas de renda.

Garante-se, dessa forma, exportação de riqueza dos países mais pobres para os mais ricos por meio de políticas macroeconômicas antinacionalistas, como a adotada pelo ilegítimo governo Temer.

Lula, teoria e prática, preso, se fortalece, com o PT, como resistência populista, diante dos estragos da política neoliberal recessiva, antipopular, que fragiliza os partidos conservadores burgueses.

Atualidade trotskista

A atualidade de Trotski se revela, portanto, diante da popularidade explosiva de Lula-PT, de um lado, e, do outro, do desastre partidário da direita – PMDB-PSDB-Centrão – que, por estarem descolados da realidade social, não alcançam credibilidade política para se viabilizarem eleitoralmente.

As pesquisas testemunham bancarrota eleitoral da direita golpista.

Sozinho, Lula vence todos no segundo turno com mais de 58% dos votos, como destacou Vox-Popoli.

Trata-se, como disse Trotski, do triunfo populista dos líderes populares autênticos cuja força sobrepõe-se, à larga, aos partidos da burguesia financeira e industrial, cuja sustentação, no parlamento, se dá com compra de interesses políticos e econômicos partidários.

O parlamentarismo, ao que parece, é a armação conservadora que se articula contra os populistas de tentar impedir que façam sombra aos partidos burgueses sem autenticidade político-eleitoral.

Ataque parlamentarista

Lula assusta os parlamentaristas de ocasião, porque levanta o discurso da Assembleia Constituinte, que delega ao povo a tarefa de escrever nova Constituição com perfil mais democrático do que a de 1988.

Os populistas ganham credibilidade com o discurso constituinte; trata-se do que incomoda os preciosistas de direita: empoderamento político popular como resultado de democratização do poder político.

Trotski desnudou a fonte da fraqueza dos partidos políticos e da organização da burguesia rumo ao parlamentarismo como alternativa aos líderes carismáticos, eleitoralmente, irresistíveis.

Ele destacou, antes de ser, barbaramente, assassinado a mando de Stalin, o fenômeno populista nos líderes argentino, Peron; brasileiro, Vargas; mexicano, Cardenas etc, que lideravam correntes políticas majoritárias, destronando os partidos tradicionais.

Abalou a convicção política estática mecanicista dezenovecentista conservadora latino-americana, importada do colonialismo europeu, dominado pelo padrão ouro, onde tudo era, aparentemente, previsível, entranhado nos costumes sociais.

As pesquisas eleitorais do momento demonstram a contemporaneidade política revolucionária de Trotski.

A leitura dele do quadro político latino-americano, nos anos 1940, em plena guerra, identifica-se, em 2018, a fragilidade política da burguesia financeira e industrial latino-americana.

Em contrapartida, expõe a pujança política populista de Lula e do PT, barrados no baile pelo PJ.

O Partido da Justiça, que judicializou a política, virou anteparo da fragilidade político partidária da burguesia nacional diante da emergência irresistivelmente popular-populista-lulista.

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