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Ricardo Mezavila

Escritor, Pós-graduado em Ciência Política, com atuação nos movimentos sociais no Rio de Janeiro.

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Trump Day

Medida de Trump atinge diretamente exportadores brasileiros e expõe alinhamento ideológico da direita com ataques aos interesses nacionais

Cartaz contra Donald Trump e Jair Bolsonaro (Foto: Paulo Pinto / Agência Brasil)

A agenda extrema que o presidente dos EUA, Donald Trump, impôs ao Brasil, ao anunciar o tarifaço de 50% aos produtos brasileiros, mexeu com todas as peças do tabuleiro em apenas uma jogada.

A preocupação maior é com os empresários, produtores, exportadores e trabalhadores que, a partir da demanda, trabalham, produzem e fazem girar a roda da economia.

A imprensa, dos editoriais dos jornalões e telejornais aos lacradores da internet, teve um dia agitado para informar à população as consequências na economia e, principalmente, quem seriam os responsáveis pelo Trump Day.

O deputado federal licenciado, Eduardo Bolsonaro, que articula nos EUA com políticos da extrema-direita sanções contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes, reivindica essa responsabilidade por mérito.

Outros, aqui no Brasil, não reivindicam a coautoria pelo tarifaço, mas comemoram. Flávio Bolsonaro, em entrevista à GloboNews, chegou a dizer que a tarifa foi a “primeira bomba atômica” atirada por Trump e que, se o Brasil não se curvasse, uma segunda bomba, ainda mais devastadora, seria atirada.

O governador de São Paulo, Tarcísio Freitas, postou fotos debochadas usando o famigerado boné MAGA – Make America Great Again, slogan de campanha de Donald Trump. O viés ideológico dessa gente não permite que contextualizem um acontecimento de imediato.

Primeiro, aplaudem regozijados para, depois, ao serem chamados à realidade, retirarem os bonés para assumirem uma postura compatível com o cargo que ocupam. O bom disso tudo é que as imagens e vídeos nunca morrem e serão lembrados nas próximas eleições.

O ex-presidente Jair Bolsonaro sente-se valorizado pelo amigo da onça, Donald Trump, conseguindo até enxergar uma porta aberta para um possível asilo. Porém, sabe que a dose do remédio foi maior do que o simples sintoma da doença, e quem prescreveu é preditivo aleatório.

Dessa geleia espessa, viscosa e explosiva, quem sai com o trunfo é o presidente Lula, que recebeu a difícil e digna tarefa de proteger e salvaguardar os valores da pátria e de seu povo.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.