Trump taxará Argentina, do amigo Milei
Nesta quarta-feira, o líder estadunidense disse, na sua coletiva diária à imprensa, que a Argentina também será alvo da tarifa de 25% sobre alumínio e aço
O presidente da Argentina, Javier Milei, viaja na próxima quarta-feira (19) para Washington. Será sua nona viagem aos Estados Unidos desde sua posse, há um ano e dois meses. Milei participará, novamente, da Conferência Política da Ação Conservadora (CPAC). Ele não perde uma reunião da CPAC desde que chegou à Casa Rosada.
É esperada a presença de Donald Trump e Milei pretende ter uma reunião bilateral com o presidente dos Estados Unidos, além das fotos e vídeos juntos que registraram nos últimos tempos. Na Argentina, a pergunta é se a admiração de Milei por Trump e suas cartilhas parecidas em alguns tópicos significará resultados para o país.
As cartilhas dos dois incluem semelhanças como a tesoura na estrutura do Estado, a relação prioritária com Israel, oposição contra a agenda de igualdade de gêneros e de inclusão de gêneros e o anúncio de saída da Organização Mundial de Saúde (OMS) – no caso da Argentina, os cientistas argentinos alertam para o risco desta decisão para a área de pesquisas e saúde do país. Ao mesmo tempo, Milei continua repetindo o chavão de Trump, adaptado para seu país – “Make Argentina great again”. E considerando Trump e Elon Musk amigos sintonizados com seus atos e pensamentos.
Nesta quarta-feira, porém, Trump disse, na sua coletiva diária à imprensa, que a Argentina também será alvo da tarifa de 25% sobre alumínio e aço. “Temos um pouco de déficit com a Argentina, como todos”, disse Trump, ao ser perguntado se o país presidido por Milei seria isento das tarifas.
O objetivo da Casa Rosada é chegar a um acordo de livre comércio com os Estados Unidos. A Argentina integra o Mercosul. E um acordo unilateral não está previsto no bloco que reúne Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Até agora, como dizem em Buenos Aires, ‘mucho ruido y pocas nueces’ (barulheira sem resultados).
Milei pretende, além do acordo de livre comércio, o respaldo da Casa Branca para que a Argentina tenha novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo ele, o acordo está praticamente garantido. Já as empresas do setor de aço e de alumínio divulgaram comunicados, nesta quarta-feira em tom de preocupação, após as declarações de Trump. E esperam que a ‘amizade’ entre Milei e Trump as exclua da tarifa de 25%. Por enquanto, a exclusão foi descartada por Trump.
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