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Tereza Cruvinel

Colunista/comentarista do Brasil247, fundadora e ex-presidente da EBC/TV Brasil, ex-colunista de O Globo, JB, Correio Braziliense, RedeTV e outros veículos.

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Tudo mudou, nada mudou

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Pronto. Duas pesquisas mostraram que Marina Silva parou de crescer mas consolidou-se como adversária da presidente Dilma para o segundo turno.  Identificada a barreira de votos sólidos de Dilma e do PT -  74% de seus 35% de votos não admitem mudar de candidato - está claro que o furacão Marina arrasou o quarteirão eleitoral tucano, tomando-lhe boa parte do eleitorado. Segundo o Datafolha, 70% de seus 34% de eleitores também declaram-se decididos a votar nela.  No frigir dos ovos, Marina não quebrou a polarização PT-PSDB, como desejava Eduardo Campos.  Ela apenas substituiu o tucano na velha e conhecida polarização entre dois Brasis: os mais pobres, menos escolarizados e despossuídos que desejam a continuidade do projeto representado pelo PT, contra os mais escolarizados, remunerados e influentes das altas classes médias e segmentos da elite propriamente dita,  empenhados, mais do que em outras eleições, em tirar o PT do governo central.

No eleitorado elitizado e anti-petista, segundo o Datafolha, durante o furacão Marina o tucano Aécio perdeu 13 pontos percentuais e Marina ganhou 14. A polarização mudou de nome, mas não de objetivo nem de projeto. Pelo contrário. A divulgação apressada do programa de governo de Marina Silva,  explicitando as enormes afinidades com  as propostas tucanas, e segundo Aécio Neves, até copiando algumas,  foi calculada e bem sucedida.  Não surgiu, pois, uma terceira via. O Brasil segue entre dois trilhos.  Para além da mesma base social e da semelhança dos projetos PSB-PSDB, existem, é claro, as características individuais de Marina, que não favorecem sua candidatura. Assim como a personalidade de Dilma é um peso e uma ameaça para a continuidade petista.   Estes traços terão seu peso no curso da disputa, podendo produzir os fatos novos capazes de alterar o quadro.  Como escrito aqui ontem, o longo segundo turno no primeiro favorecerá o debate, a comparação,  a racionalização das escolhas. E isso favorece Dilma, o caminho conhecido.

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Existem ainda as diferenças de ordem politico-institucional.  O PT que também já pregou uma nova politica, aprendeu a mover-se  dentro da velha, montando coalizões que asseguram a estabilidade, com todos os vícios inerentes ao sistema. Marina prega uma nova politica que, dentro do velho sistema, sugere instabilidade e crise.  Governar com os "melhores" indivíduos não garante maioria partidária, logo não assegura estabilidade.  Este é o ponto, e não semelhanças pessoais com Collor ou Jânio.

Por isso, vença quem vencer a disputa sangrenta, nova politica só haverá se a futura presidente não peder um minuto de tempo e nem um grama de sua força política emanada das urnas  para arrancar a reforma política.

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