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Inocêncio Uchôa

Membro da Executiva Nacional da ABJD. Juiz do Trabalho aposentado do TRT/7. Advogado em Fortaleza -CE.

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Ukrania

"O presidente Putin executou mais um passo de quem já ganhou a guerra", escreve Inocêncio Uchôa

Vladimir Putin e Volodimir Zelenski (Foto: Reuters)

Nunca foi tão verdadeira a profética afirmação de Mao Tsé Tung, segundo a qual os EEUU são um tigre de papel. Hoje, o presidente Putin executou mais um passo de quem já ganhou a guerra: reconheceu como independentes as províncias ucranianas de Lugansk (escreve-se Luhansk) e Donetz, no leste daquele país, onde vive um grande número de russos, seus filhos e descendentes. Elas sempre fizeram oposição ao governo do comediante fascista e atual presidente do país, e, com esse reconhecimento, receberão assessoria militar e apoio bélico para seu objetivo de tornarem-se repúblicas independentes. 

O fato adiciona mais dificuldades para o projeto imperialismo Yankee, que, através do governo fantoche da Ukrania, pensava: a) dificultar a inevitável aproximação da Europa central e do leste com a Rússia, de quem compram o gás necessário à sobrevivência de sua população, em especial a Alemanha, que acaba de finalizar a construção de um super gasoduto ligando os dois países, mas também a Moldávia, a Romênia, a Polônia, a Transnistria e os países do Mar Báltico; b) implantar bases militares nucleares nas barbas de Moscou, lembrando que a Ukrania tem uma razoável experiência com o assunto, pois era lá que se situava a usina nuclear de Chernobyl; c) tentar neutralizar a importantíssima base naval russa de Sebastopol na Crimeia, sob cujo comando estão dezenas de submarinos nucleares de última geração. 

Só tem alguns problemas: a) os EEUU não terão o apoio subserviente de boa parte  dos países da Europa central, cujas populações não estão aceitando mandar seus filhos pra morrer numa guerra de interesse dos grandes capitais internacionais; b) o decadente imperialismo não tem onde conseguir força militar e financiamento para uma guerra dessas proporções; c) a Rússia tem o apoio econômico e militar da China, a maior potência econômica e mesmo tecnológica da atualidade. 

A verdade é que a arrogância norte-americana na imprensa mundial não passa de bravata para disfarçar o fracasso do neoliberalismo em implantar o projeto nazi-fascista ao sul da Rússia e na importante região do Mar Negro. Hasta siempre. 

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.