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Enio Verri

Deputado federal pelo PT-PR

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Um ano da Ponte para a Miséria

E a camarilha é voraz e deletéria. Ao tempo que suprime a democracia, direitos e condições mínimas de trabalho, entrega, a preço justo ao caráter dos entreguistas, as riquezas e as empresas do País

Bras�lia - O presidente Temer e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles participam do lan�amento do Programa BNDES Giro, que visa simplificar pela internet, a concess�o de cr�dito (Antonio Cruz/Ag�ncia Brasil) (Foto: Enio Verri)
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Em 31 de agosto de 2016, consolidou-se o mais recente golpe de Estado imposto ao Brasil, em menos de 30 anos do restabelecimento da democracia, pós-ditadura civil militar. Ele tem a participação de parte dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, como descrito no diálogo entre o senador Romero Jucá e o ex-senador Sérgio Machado, parte da imprensa e da elite mais sabuja e truculenta das Américas, a brasileira.

Sob a proteção da mídia hegemônica, o ministério de notáveis liberais de Temer adotou, como primeira medida, o asfixiamento do Estado na sua capacidade de exercer a sua função de indutor do desenvolvimento. A EC 95 sucateia o serviço público de um modo geral, entregando-o ao capital financeiro a valores mais módicos, como convém a uma gente que se compraz em rastejar para as demandas estrangeiras.

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Depois de suprimidas a Constituição e a democracia, qualquer coisa vale. Em favor do mercado financeiro e sob a proteção de parte da imprensa, Temer convence a população de que a Seguridade Social é deficitária e deve ser reformada. Dentre as propostas, não se encontra uma que cobre dos 73 deputados e 13 senadores ligados a empresas que devem R$ 372 milhões ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Pelo contrário, têm refinanciamento das dívidas com até 90% de desconto.

Mais de 200 parlamentares são ligada/os a grupos empresariais do campo e da cidade que devem bilhões ao instituto. Ordem dada e o inominável lança seu chicote de feitor nas costas dos mais pobres, nas de quem padece nas enfermarias de hospitais, em escolas sucateadas, em defensorias desmanteladas, em zonas eleitorais fechadas, em programas educacionais e científicos esvaziados. Sob a alienação programada da sociedade, isso acontece desde maio de 2016, ainda na interinidade golpista.

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O programa adotado pela camarilha que desgoverna o Brasil revela um sinistro plano para reconduzi-lo a dois passados tenebrosos. Um deles, não muito remoto, quando um cínico liberalismo travestido de "neo" impôs ao Brasil a condição de pária no mundo, submetendo-o às condições dos países centro de poder. Ao fim de um período de oito anos, a taxa de desemprego era de 12% e 300 pessoas morriam de fome, diariamente.

E a um tempo um pouco mais distante, anterior a 1917, ano da primeira greve no Brasil. Ela aconteceu apenas 59 anos do fim de um dos mais cruéis sistemas monocultores de produção, cuja base era o braço escravo trazido a grilhões, da África, e que durou pelo menos 350 anos. Ali, no início do século 20, germinaram as primeiras sementes da Consolidação das Leis do Trabalho, de 1943, que por sua vez foi demandada pela criação da Justiça do Trabalho, em 1939.

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Os governos federais do Partido dos Trabalhadores (PT) estão entre os que mais contribuíram para o desenvolvimento da nação, sob condições democráticas de acesso às suas riquezas, desde as potenciais às produzidas. Os 20 milhões de empregos criados nos 13 anos do programa do PT, assim os foram com a CLT, de apenas 76 anos e já reformada outras vezes. A atual reforma desfigurou 96 dispositivos da Lei, estabelecendo a mais radical e desumana desregulamentação do mercado de trabalho.

E a camarilha é voraz e deletéria. Ao tempo que suprime a democracia, direitos e condições mínimas de trabalho, entrega, a preço justo ao caráter dos entreguistas, as riquezas e as empresas do País. A Petrobras não foi privatizada, nos anos 1990, porque foi defendida por instituições como o PT. Uma das primeiras medidas de Temer foi a de retirar da Petrobras a condição de operadora exclusiva do pré-sal e abir essa gigantesca riqueza aos interesses das petroleiras internacionais. Temer entrega nossas estatais para estatais de países que não pretendem privatizar suas empresas estratégicas.

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Temer supera outro notável entreguista da soberania, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Em 1998, ele doou a Vale do Rio Doce, por R$ 3 bilhões, quando ela valia quase R$ 100 bilhões. O golpista, com o mais cínico e descarado apoio de uma imprensa nefasta para o País, pretende vender, por R$ 20 bilhões, o Sistema Eletrobras, cujo investimento estimado foi de R$ 400 bilhões, desde a sua criação, em 1953.

Esse valor não paga nem uma das 230 usinas do sistema, entre hidrelétricas, termelétricas e eólicas. Os traidores da nação estão entregando a autodeterminação do Brasil na condução de sua política de distribuição de energia, conforme os interesses de uma nação soberana e altiva, a países centro de poder. Mentalidade criminosamente terceiro mundista da elite brasileira. Retirar o máximo da nação em benefício próprio.

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Com essa ferramenta estratégica nas mãos da iniciativa privada, regiões podem ficar sem fornecimento de energia garantido porque não interessa à lucratividade dos investidores. Todo o desenvolvimento científico e tecnológico, patrimônio dos brasileiros, estará submetido ao mercado privado. As tarifas aumentarão e o serviço será precarizado. Sem esse sistema, construído com o suor e o sangue dos brasileiros, o Brasil está fadado a colônia eterna de interesses internacionais.

A imprensa não conta que a liquidação da soberania nacional é para pagar juros a banqueiros e rentistas, que vivem da valorização de papéis em bolsa de valores que não produzem um parafuso. É um capital volátil, que transita de um país a outro em questão de horas, deixando um rastro de destruição e miséria em países com grande disparidade social e onde os governos não conseguem controlar os bancos.

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O franco apoio de parte da imprensa deve ser denunciado pela população, deixando de consumir determinados veículos de comunicação. Eles defendem o mercado financeiro, por parceira, quando não por ser propriedade de algum banco. Funcionam como caixa de ressonância das medidas de Temer e seu bando contra os trabalhadores, a seguridade social, as riquezas e empresas brasileiras estratégicas, como a Petrobras, a Eletrobras e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Tudo sob um desesperante silêncio.

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