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Enio Verri

Deputado federal pelo PT-PR

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Um genocida no caminho

Graças à certa imprensa, a população não percebe que todo o desinvestimento é uma opção política, chamada teto de gastos

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Por Enio Verri

A infinita e profusa fonte de crueldades de Bolsonaro, que reflete o fiel reflexo do caráter da classe dominante, não tem limites. Ele suspendeu auxílio emergencial, em dezembro de 2020. Da noite para o dia, cerca de 70 milhões de brasileiros, já muito pobres, deixaram de ter uma mínima renda, de R$600, para se alimentar e se proteger da COVID-19. De janeiro a março, 90 dias no mais absoluto abandono. O decreto que retoma o auxílio, no valor médio de R$ 250 e com 22 milhões de brasileiros a menos, foi assinado, no dia 26, para o pagamento se inciar, no dia 5 de abril. Uma humilhação digna do espírito da casa-grande, que a perversão de Bolsonaro impinge com prazer.

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Mata de fome, de doença e de subdesenvolvimento, nos mesmos sentido, intenção e intensidade. O descontrolado boneco dos banqueiros sela o atraso do Brasil, com o orçamento de 2021. Excelente para o sistema financeiro e a condenação desta nação à condição de colônia. Quando o país vive a pior crise sanitária da sua história, que o coloca na condição de ameaça para o mundo, a área da saúde sofre um corte de R$ 34 bilhões. Nenhum país do mundo está poupando investimentos sanitários para salvar vidas. Contudo, não é a primeira vez que Bolsonaro favorece ostensivamente o genocídio. Em 2020, ele dispensou 230 milhões de doses de vacinas, Coronavac e Pfizer.

O valor que cabe às ciência e tecnologia, com o corte de 28%, será de R$ 8,6 bilhões. Esse é o incentivo de Bolsonaro à pesquisa, a produção de vacinas, além de outras tecnologias. Este país tem acelerador de partículas e empresas produtivas, modernas, avançadas devido a investimentos em tecnologia. Em 2015, mesmo predada pela Lava Jato, desde 2014, a Petrobras recebeu o maior prêmio que uma petroleira do seu porte pode almejar, por desenvolvimento tecnológico. Essa excelência foi alcançada com décadas de investimentos para deter as mais avançadas tecnologias de prospecção e exploração de petróleo em águas profundas. E custou bem mais de R$ 10 bilhões.

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Em 2020, foram investidos quase R$ 95 bilhões na educação. Este ano, o valor não chega a R$ 75 bilhões. O corte causará um retrocesso que custará muito caro e levará décadas, senão séculos, para ser superado. Nem parece o país que construiu tantas universidades e institutos federais, num passado bem recente. Espaços que foram ocupados por mais de 5 milhões de estudantes, majoritariamente das classes D e E. Além de competentes, ingressaram devido à opção política dos governos da época, que abriram acesso. Esse foi, inclusive, um dos motivos do golpe, de 2016. Afinal, quando a senzala aprende a esgrimir os códigos dos espaços de decisão política e passa a disputá-los, o sistema de reprodução de desigualdades se abala.

Os mais organizados e desenvolvidos países do mundo mantêm atualizadas suas informações demográficas, por meio do Censo, principalmente. Ele faz um raio X das demandas populacionais. Assim, os governos balizam os investimentos para educação, tributação, saúde, lazer, trabalho, transporte, moradia, regularização fundiária, ciência, etc. O censo é uma análise profunda e minuciosa da sociedade, que dá clareza aos governantes. O valor necessário para uma pesquisa abrangente e bem feita, em 2021, seria R$ 3,4 bilhões. O orçamento aprovado foi de R$ 71 milhões. É flagrante a intenção de Bolsonaro navegar às escuras. Quanto menos informação a sociedade tiver, mais caótica a conjuntura pode se tornar e legitimar o discurso da redução do Estado.

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Graças à certa imprensa, a população não percebe que todo o desinvestimento é uma opção política, chamada teto de gastos. Um receituário ultraliberal segundo o qual os investimentos que o país deve fazer no seu desenvolvimento estão congelados, por 20 anos. A desculpa veiculada na mídia é que a relação dívida/PIB está em 90%. Nos EUA e no Japão são de 100% e 200%, respectivamente, e nem por isso os governos investem menos. Essa dívida é paga com produção e este país tem potentes ferramentas, como Petrobras, Eletrobras, BB, CEF, BNDES, Casa da Moeda para promover a recuperação econômica e recolocar este país nos trilhos do desenvolvimento. Para isso, entretanto, é preciso retirar um genocida do caminho.

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