Um homem de valor

Sereno, gentil, generoso e de elevado espírito público. Assim era Márcio Thomaz Bastos, um dos mais renomados advogados do Brasil. Um homem comprometido com os mais sublimes ideais de liberdade e justiça, sobretudo com os direitos humanos, os quais honrou como fundamento do direito na defesa dos deserdados, dos ofendidos, dos humilhados.

Como criminalista, disponibilizou todos os recursos do direito ao seu alcance para que a justiça fosse feita. Defendeu pobres e ricos, mesmo aqueles de razões escassas, com a crença inabalável na dignidade das pessoas, na capacidade humana de superar as dificuldades, de tornar-se melhor para o convívio social harmonioso.

Era trivial vê-lo, no Tribunal do Júri, defendendo gratuitamente acusados sem condições de arcar com honorários. Sempre militou do lado dos movimentos sociais, em casos como o assassinato de Chico Mendes, entre outros, no qual teve uma atuação memorável. Militou no movimento pela redemocratrização do Brasil, na campanha Diretas Já, na OAB, na Constituinte, no impeatchment de Collor, na defesa do controle externo do judiciário, e em muitas outras frentes.

Como Ministro da Justiça de Lula, promoveu a reestruturação da Polícia Federal; a Reforma do Judiciário; o Estatuto do Desarmamento; criou o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional; e a Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro.

Por tudo que ele fez pelo Brasil e pelo povo, pela referência que se tornou como homem público cidadão e pelo privilégio de tê-lo conhecido, rendo minha homenagem.

PS. Parabéns à USP e à Petrobras (que investiu R$ 3,5 milhões) pela expansão do Laboratório de Escoamento da Escola de Engenharia; e à Embrapa Instrumentação pelos 30 anos a serviço da inovação tecnológica na agricultura do país.