Um mundo caiu... mas vai passar
Nos últimos quatro anos, o bolsonarismo criou um mundo paralelo e o alimentou com um potente sistema de comunicação, não só nas redes sociais
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Algumas palavras em relação aos protestos contra o resultado das urnas. É preciso entender o seguinte. Nos últimos quatro anos, o bolsonarismo criou um mundo paralelo e o alimentou com um potente sistema de comunicação, não apenas nas redes sociais como também nas lives semanais, nas declarações no “cercadinho” do Alvorada e em veículos de imprensa alinhados ao presidente.
Esse mundo incluía coisas das mais absurdas como cloroquina pra curar covid e gente dizendo que a Terra é plana. Nesse mundo paralelo, havia um mito e um ladrão. Havia uma luta do bem contra o mal. Havia certezas inquestionáveis. Fora desse mundo paralelo, tudo era mentira.
O resultado da eleição de domingo derrubou os muros desse mundo fictício. O rei ficou nu. Mas quem estava lá dentro (e ainda está) não quer sair. Tem medo e rejeita a realidade. Não quer admitir que foram manipulados. Estão atordoados e enraivecidos.
Vai demorar um pouco para que as pessoas mais razoáveis desse mundo acordem do delírio em que foram submetidas e viveram por quatro anos. Os mais radicais não vão acordar nunca porque são fascistas por convicção. Entre esses, gente com grana e poder político e econômico.
Isso quer dizer que o fascismo veio pra ficar na nossa sociedade porque, na verdade, ele nunca saiu dela, ele sempre esteve aqui, porém camuflado. Mais ou menos como o racismo. Mas isso também quer dizer que muitas pessoas, a maioria delas, vão deixar esse mundo paralelo pra trás e voltar à realidade porque vão perceber que o mais importante é viver a vida, trabalhar, criar os filhos.
Quem não entrou nesse mundo paralelo e delirante, quem manteve a lucidez deve agora também manter a calma, não provocar nem aceitar provocações. O processo eleitoral provou que o mundo civilizado (aqui dentro e lá fora) quer o Brasil de Lula e não o Brasil de Bolsonaro.
Agora, os cães ladram, principalmente onde a matilha é mais numerosa. E onde a frustração se mistura ao rancor. Mas a caravana vai passar. Está passando.
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