Um Pit Bull na presidência

Ontem ficou explícito para mim o movimento das instituições democráticas unidas na tentativa de acalmar os arroubos do presidente eleito. Dias Toffoli citou o artigo 3º. da constituição que condena qualquer discriminação de qualquer tipo. Me soou como um aviso ao calouro do Planalto: um presidente da República não pode dizer a uma mulher "eu não te estupro porque é feia". E ainda sugeriu que os chefes dos Três Poderes se reúnam uma vez por ano para trocarem ideias.

A chefe da PGR, Raquel Dodge também deu um puxão de orelhas – mais um – dizendo que não basta enaltecer a constituição, é preciso cumpri-la. Bolsonaro não aplaudiu seu discurso e ao se retirar da cerimônia dos 30 anos da constituição não a cumprimentou.

Parece estar havendo, enfim, um esforço para enquadrar o eleito no figurino do presidente da República para evitar constrangimentos principalmente no exterior, onde sua fama de Pit Bull já está sendo alvo de indignação.

Espero que Dias Toffoli e Raquel Dodge tenham sucesso em sua missão.

Embora seja conhecido como um cão violento, não sociável, que pode atacar outros cães, e até cães da mesma raça, um Pit Bull pode ser domado e obedecer ao seu dono em alguns meses.

O problema é que até hoje nenhum Pit Bull tinha chegado à presidência da República.