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Moisés Mendes

Moisés Mendes é jornalista, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim). Foi editor especial e colunista de Zero hora, de Porto Alegre.

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Um show para aquecer o fascismo antes da aglomeração do 7 de setembro

"A Anvisa, a Polícia Federal e todos os arapongas envolvidos na farsa da invasão do campo, para pegar em flagrante os jogadores argentinos, não estavam preocupados com um episódio que iria virar vexame internacional", escreve Moisés Mendes, do Jornalistas pela Democracia

Anvisa suspende jogo Brasil x Argentina (Foto: Reuters)
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Por Moisés Mendes, do Jornalistas pela Democracia

A Anvisa, a Polícia Federal e todos os arapongas envolvidos na farsa da invasão do campo, para pegar em flagrante os jogadores argentinos, não estavam preocupados com um episódio que iria virar vexame internacional.

Eles estavam interessados em agradar Bolsonaro. Armaram o grande show pré-aglomeração do 7 de setembro para manter a torcida fascista agitada e mobilizada.

Bolsonaro não quer saber se o mundo olha para o Brasil como o país negacionista que pune jogadores argentinos, depois de iniciado o jogo, só porque são argentinos.

O mundo sabe que Bolsonaro odeia os argentinos, que sonha em participar da articulação de um golpe contra Alberto Fernández e que o jogo foi apenas a chance de se apresentar como machão contra um inimigo.

O maior negacionista do mundo, o sujeito consagrado como genocida, empurrou a Anvisa e a Polícia Federal para a farsa do grande teatro do governo que de uma hora para outra defende a saúde pública.

Nem precisaria ser repetido, pela obviedade do argumento, que a Anvisa poderia pegar em flagrante, na saída do hotel, os quatro argentinos que burlaram as regras sanitárias.

O show em campo foi um pastelão de quinta categoria. A Polícia Federal não acha Zé Trovão, mas consegue encontrar quatro argentinos numa seleção de argentinos dentro de um campo de futebol

O  Brasil convive com a maior gandaia da pandemia no governo, nas ruas, em clubes, festas, em bares, na praia. O negacionismo é do cotidiano do alienado futebol brasileiro.

Testemunhamos todos os dias o exibicionismo grotesco de Bolsonaro, sem máscara, seguido de ministros e seguranças sem proteção, sempre combatendo a ciência e a vacina.

Fizeram um evento da extrema-direita em Brasília em que todos, incluindo autoridades do governo, circulavam sem máscara. A Anvisa vai dizer que isso não é com ela, que só trata de transgressões de jogadores argentinos. Mas seria com ninguém?

A Anvisa fez a performance do xerife de Bolsonaro num estádio, ao vivo, só porque os jogadores são argentinos. Não fariam nada se fossem venezuelanos, ucranianos, chilenos ou dinamarqueses.

O interessante é que parte da esquerda das redes sociais, por achar que a Anvisa é vista como organização legalista, defendeu a ação espalhafatosa dos fiscais de Bolsonaro.

Essa esquerda acha que as leis devem ser cumpridas e que precisamos aplaudir ações, mesmo que tardias, na direção da proteção coletiva. É muita ingenuidade. Bolsonaro jogou para a torcida que o espera na Avenida Paulista na terça-feira.

A esquerda que exalta os homens da Anvisa acaba aplaudindo Bolsonaro e dando corda ao fascismo excitado pelo show no estádio antes do porre golpista do 7 de setembro.

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