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Ivan Rios

Sindicalista, historiador, crítico de cinema, escritor, membro do Comitê Baiano de Solidariedade ao Povo da Palestina, graduando em Direito, militante dos Movimentos de Promoção, Inclusão e Difusão Cultural no Estado da Bahia

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Uma "besta fera" que pede para ser enjaulada? Só que não!

Seus pronunciamentos representam inequivocamente um ato contínuo das ações golpistas e da tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito

Silas Malafaia (Foto: Reprodução)

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A Suprema Corte do Brasil age corretamente e de forma estratégica ao dar margem para que Silas Malafaia extrapole deliberadamente os limites do tolerável, afinal de contas, o conjunto de seus pronunciamentos e ações já se caracterizam como irreversível ato de confissão golpista. Além disso, ele é peça fundamental na elucidação de todo um “modus operandi” de uma legitima associação criminosa.

Esse artigo é um breve memorial onde demonstraremos claramente como esse personagem se transformou em um dos grandes bastiões dos atos antidemocráticos no Brasil e principal incitador das massas imbecilizadas nas redes sociais, sobretudo após os atos de 08 de janeiro de 2023, na sua declarada “cruzada” contra o STF, bem como na campanha contra demais instituições republicanas legitimamente constituídas. Tudo a partir do quanto publicamente veiculado na imprensa nacional até aqui, ou seja, não há absolutamente nada de hipotético neste texto. O que aqui trazemos são fatos.

Apenas para relembrar, o líder religioso Silas Malafaia, que preside a Assembleia de Deus Vitória em Cristo, é reconhecido por sua defesa inabalável do Bolsonarismo e, consequentemente, por ser apoiador dos atos terroristas/golpistas que ocorreram em 08 de janeiro de 2023, o qual ardilosamente ele denomina de “pseudogolpe”, como forma negacionista de minimizar a gravidade dos crimes cometidos.

Silas Malafaia, conforme o histórico de reportagens relacionadas a ele, tem sido um proeminente arauto dessa declarada conspiração antidemocrática, que resultou diretamente nos atentados de 12 de dezembro de 2022, tentativa de atentado de 24 de dezembro de 2022, tendo o mesmo inclusive exigido publicamente postura antidemocrática por parte dos generais das Forças Armadas (https://revistaforum.com.br/politica/2023/1/10/video-apos-defender-terroristas-malafaia-diz-que-viajara-mas-no-esta-fugindo-129907.html).

Embora a assessoria jurídica desse indivíduo esteja sempre atenta na elaboração de seus discursos e vídeos fervorosos, estes frequentemente flertam com a linha tênue entre a liberdade de expressão e a delinquência. O que realmente pesa contra essa figura única do nosso cenário político é a sua notória militância contra o STF. Isso, juntamente com sua devoção na defesa íntima de figuras centrais do golpismo em nosso país, culmina em uma fusão de propósitos. Essa é a marca inquestionável que ele deixa impressa no cenário político atual.

Em uma série de vídeos, todos ainda disponíveis em seu canal no YouTube, Malafaia não hesita em tentar associar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes à criação e liderança de uma JUSTIÇA PARALELA com o objetivo de perseguir adversários políticos. Além disso, ele afirma categoricamente e de maneira enfática que o ministro do STF mantém relações questionáveis com o atual presidente Lula, com a intenção de prejudicar o Estado Democrático de Direito. Senão vejamos:

"E ele (Alexandre de Moraes) tem conluio com o governo Lula. Alexandre de Moraes e Flávio Dino têm uma Polícia Federal paralela. E Alexandre de Moraes tem uma justiça paralela, que não tem nada a ver com a justiça brasileira" (https://youtu.be/ICMAiSeZ_fM?si=D2DpaC8gUgwXCHw2).

Em resumo, essa figura promove o radicalismo e a concepção distorcida de que estamos imersos em uma ditadura jurídico-comunista no Brasil. Por mais que essa ideia possa parecer obscura e surreal, ela ocupa um espaço considerável no imaginário político da extrema direita. Isso é particularmente verdadeiro no meio evangélico neopentecostal radicalizado, que é o seu principal reduto ideológico. Como o título deste artigo sugere, a “besta fera” que busca ser aprisionada para se tornar um mártir da extrema direita, já demonstra evidentes sinais de desgaste. A ala mais moderada do Bolsonarismo parece ter uma aversão genuína, não se sentindo confortável ou representada pelo radicalismo e fundamentalismo neopentecostal de Malafaia. (https://www.cnnbrasil.com.br/blogs/raquel-landim/politica/ataque-de-malafaia-ao-stf-incomoda-aliados-moderados-de-bolsonaro-dizem-fontes/).

Apesar das aversões e conflitos internos no campo da extrema direita, Malafaia se apresenta como um promotor ideológico convicto e corajoso perante as massas bestializadas, tornando-se assim parte de uma legítima associação golpista no Brasil. Recentemente, ele foi o principal financiador de um evento na Avenida Paulista em São Paulo, em 25 de fevereiro de 2024, com o objetivo explícito de desafiar o STF em relação às ações contra os responsáveis pelos eventos de 8 de janeiro de 2023. Assim, ele não apenas delimita seu território de liderança, mas também monta involuntariamente um “quebra-cabeças” que denuncia as figuras centrais dos atos antidemocráticos, atraindo os holofotes para si mesmo e demais a sua volta.

Finalmente, com sua retórica inflamada e discurso repleto de desinformação, Malafaia tem alimentado perigosamente a tentativa de golpe contra a democracia no Brasil. Seus pronunciamentos, embora individualmente protegidos pela liberdade de expressão e opinião em nosso país, no conjunto, representam inequivocamente um ato contínuo das ações golpistas e da tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito, por meio da propagação de notícias falsas e do discurso de ódio contra as instituições republicanas legitimamente constituídas. Ele é certamente do tipo que já está condenado (assim como o próprio Bolsonaro) e, ciente dessa realidade, tentará tumultuar o devido processo legal a todo custo.

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