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Denise Assis

Jornalista e mestra em Comunicação pela UFJF. Trabalhou nos principais veículos, tais como: O Globo; Jornal do Brasil; Veja; Isto É e o Dia. Ex-assessora da presidência do BNDES, pesquisadora da Comissão Nacional da Verdade e CEV-Rio, autora de "Propaganda e cinema a serviço do golpe - 1962/1964" , "Imaculada" e "Claudio Guerra: Matar e Queimar".

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Uma candidatura ao gosto dos militares

"Atormentados com o destaque do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que desponta nas pesquisas como franco favorito e já nem tão firmes quanto a continuar dando apoio ao atual ocupante da cadeira, (que arrastou alguns militares aos bancos da CPI), eles agora podem ter um candidato mais de acordo com os costumes que defendem", escreve a jornalista

Rodrigo Pacheco (Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado)
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Por Denise Assis, do Jornalistas pela Democracia 

Os valorosos, “ameaçadores”  e varonis militares deste Brasil respiraram aliviados com o aceno do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM), de que pode vir a ser a opção dos que pedem, esperam, torcem, por uma “terceira via”, entre candidatos à presidência em 2022. 

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Atormentados com o destaque do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que desponta nas pesquisas como franco favorito - com 46% a 31% de vantagem sobre Bolsonaro, no primeiro turno -, e já nem tão firmes quanto a continuar dando apoio ao atual ocupante da cadeira, (que arrastou alguns militares aos bancos da CPI),  eles agora podem ter um candidato mais de acordo com os costumes que defendem. Conforme corre em Brasília, nesta semana Pacheco deve deixar o Democratas e se filiar ao PSD de Gilberto Kassab, a fim de viabilizar a sua candidatura.

Até então, o que se apresentava para preencher o quesito – o de opção da “terceira via” -, era o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que há pouco veio a público revelar a sua orientação sexual, numa atitude louvável, mas também uma maneira de se antecipar a futuras chantagens, ataques ou críticas, e ao mesmo tempo angariar votos entre a ala progressista e jovem do eleitorado. Ao fazê-lo, Leite se projetou nas mídias e redes sociais, buscando ser mais conhecido, menos regional.

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Ao fazê-lo, o governador Eduardo Leite escanteou os conservadores do PSDB, que  sempre se posicionou como um partido “arrumadinho” em fuga das pautas mais polêmicas, digamos assim. E, ao mesmo tempo, marcou posição para dentro das fileiras tucanas, onde não faltam concorrentes a concorrente ao cargo máximo do país. O PSDB irá realizar em 21 de novembro suas prévias partidárias com intuito de definir quem será o candidato à presidência pela legenda em 2022. 

Até o momento, o governador de São Paulo, João Doria, vinha se posicionando como um nome viável, por conta da sua atitude pioneira na vacinação contra a Covid-19. Seus destemperos públicos, porém, o enfraqueceram. Outro que se colocou disponível foi o senador Tasso Jereissati (CE) e também o ex-senador Arthur Virgílio (AM). Depois da exposição como um gay, Eduardo Leite tornou-se um nome comentado e possível.

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O fato complicador nesta corrida é que o namorado de Leite – segundo se comenta no meio político e no estado dele -, é sobrinho de Tasso Jereissati, um dos concorrentes nas prévias. Isto fez surgir no cenário uma certa saia justa, pois Jereissati estaria concorrendo contra o “sobrinho” por consideração. Nada que uma boa conversa não aplaine, mas é provável que alguém desista. (Puro palpite. Não temos ideia de como anda esta relação).

O que interessa, porém, nesta história toda, é que as fileiras militares – talvez não o núcleo duro, que se engarupou no poder -, agora não precisam se contorcer de angústia por ter que escolher entre Lula ou Bolsonaro. Haverá um candidato “de salão” em quem votar. 

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Rodrigo Pacheco, 44 anos, se tornou presidente do Senado e o terceiro da linha sucessória na Presidência da República, com apenas dois anos de atuação como senador e um total de seis anos de vida política. Uma promessa, como diriam os militares da antiga. E um alívio, pensando na perspectiva deles. Afinal, não se imagina um general portando um broche com o rosto sorridente de Eduardo Leite.

Longe de serem fãs de Anthony Giddens, que pelos idos dos anos 80 chegou a mobilizar Bill Clinton e Tony Blair em suas teorias, (uma tentativa de reconciliar os posicionamentos econômicos tradicionalmente associados à direita e à esquerda, adotando uma política econômica ortodoxa e políticas sociais progressistas), esses senhores certamente se jogarão de cabeça na campanha de Pacheco. Afinal, eles não resistem a deixar o papel de defensores da pátria para dar pitacos na política.

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