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André Lobão

Jornalista do Sindipetro-RJ

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Uma coroação que não é nossa

Lula marcar presença na festa dos "ricos decadentes" é, em realidade, uma forma de chancelar um passado e presente de concomitância com o imperialismo

Rei Charles III (à esq.), Luiz Inácio Lula da Silva e Rosângela da Silva (Foto: Ian Jones/FCDO)
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A presença do presidente Lula na coroação de Charles III merece ser questionada  pelo simbolismo negativo que ela passa e que quase ninguém no Brasil coloca em debate.

O Império britânico foi precursor e, durante séculos, exerceu o chamado imperialismo, um conjunto de políticas culturais, políticas e econômicas de domínio sobre outros países. E isso até hoje é patente em países da América do Sul como o Brasil. O imperialismo, sabemos, tem há mais de 100 anos um novo "chefe", os EUA, mas o poder britânico, apesar de decadente ainda tem sua representatividade histórica no quesito exploração.

Lula tem colocado em sua pauta viagens internacionais para recuperar o prestígio do Brasil detonado nos últimos seis anos. Até aí nenhum problema. O país pelo seu tamanho e potencial político e econômico que detém no Sul Global precisa cumprir o seu protagonismo. Porém, marcar presença na festa dos "ricos decadentes" é, em realidade, uma forma de chancelar um passado e presente de concomitância com o imperialismo.

É uma grande contradição em relação ao  que o próprio Lula sempre defendeu para o Brasil, como independência e desenvolvimento econômico. Como resultado da visita,  o governo do Brasil anuncia com orgulho  que conseguiu recursos na ordem R$ 500 milhões para o Fundo Amazônia,  pouco mais de US$ 100 milhões. Uma verdadeira merreca!

Enquanto isso, a Shell, petrolífera anglo-holandesa , cada vez aumenta sua presença na exploração de petróleo no Brasil, claro, revertendo recursos para a coroa britânica, deixando o rei britânico mais feliz, e o Brasil mais pobre. Inclusive vale registrar uma declaração do presidente da companhia no Brasil, Cristiano Pinto da Costa disse que "a última gota de petróleo da Shell no mundo sairá do Brasil". Isso dá uma ideia da perspectiva da empresa em relação ao seu futuro em águas brasileiras.

A companhia britânica atualmente  produz mais de 400 mil barris ao dia de petróleo no país, com 14 navios plataformas. A produção só é menor que da Petrobrás, que extrai 2,64 milhões de barris por dia.

Há tempos que Lula deve saber que, no banquete dos senhores do império, o que resta são apenas sobras que serão jogadas aos famintos servos e camponeses.

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