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Ribamar Fonseca

Jornalista e escritor

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Uma jornada impatriótica

Esgotado o tema do mensalão petista, a chamada Grande Imprensa elegeu agora a polêmica compra da refinaria de Pasadena para minar a popularidade de Dilma Rousseff

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Se alguém ainda tinha alguma dúvida sobre a posição articulada dos jornalões, em relação ao governo, certamente depois desta semana não tem mais – os três (Globo, Folha e Estadão) publicaram a mesma manchete na edição da última quarta-feira, dia 16: "Refinaria não foi bom negócio". Esgotado o tema do mensalão petista, exaustivamente usado sem sucesso para influenciar o resultado das eleições municipais de 2012, a chamada Grande Imprensa elegeu agora a polêmica compra da refinaria de Pasadena para minar a popularidade da presidenta Dilma Rousseff e, desse modo, assegurar a eleição do tucano Aécio Neves.

Embora a presidenta da Petrobrás, Graça Foster, tenha prestado todos os esclarecimentos reclamados pela oposição, durante audiência no Senado, a Grande Mídia, incluindo a TV Globo, selecionou apenas uma frase dela para dar prosseguimento à verdadeira cruzada ostensiva contra o governo, em cujo esforço não existe o menor escrúpulo profissional quanto à prática de escamotear ou torcer informações. A obsessão pela queda de Dilma – e, por via de consequência, do PT - é tão grande que os seus controladores não estão preocupados sequer com os danos que semelhante comportamento possa causar à sua credibilidade.

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Independente do objetivo eleitoral, no entanto, o mais grave dessa cruzada, em apoio escandaloso aos atos da oposição, são os prejuízos causados à mais importante empresa nacional e uma das maiores do mundo. Percebe-se, com facilidade, que eles não estão preocupados com a corrupção, mas em apear Dilma do Palácio do Planalto. Se houvesse efetivamente preocupação em combater a corrupção, o mensalão tucano e o caso das propinas e do cartel do metrô de São Paulo, registrado nos governos do PSDB, teriam o mesmo tratamento dado às questões envolvendo o PT.

Por isso, a guerrilha oposicionista contra a Petrobrás termina se tornando impatriótica, na medida em que atende a interesses internacionais, já que promove a desvalorização da empresa tão duramente conquistada pelo povo brasileiro, conforme se observa no movimento das bolsas, concorrendo para a sua privatização. Há quem acredite, inclusive, que a ação da oposição obedeça a um plano orquestrado no exterior para colocar a mão na empresa brasileira, onde poderosos grupos econômicos estão há tempos de olho grande em nossas reservas de petróleo. Para alguns pode até parecer fantasia, mas a verdade é que desde o governo de Fernando Henrique Cardoso a ameaça internacional paira sobre o petróleo brasileiro.

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Recorde-se que, além de quebrar o monopólio do petróleo, abrindo caminho para que os estrangeiros colocassem um pé em nossas reservas, FHC tentou mudar o nome da Petrobrás para Petrobrax, justamente para facilitar a sua privatização, o que só não aconteceu porque, felizmente, seu mandato expirou e assumiu o Planalto um governo nacionalista, o de Lula. A ameaça, porém, permanece, sobretudo com a proximidade das eleições de outubro, pois uma eventual vitória do candidato Aécio Neves, do PSDB, certamente permitirá a continuidade do governo entreguista de Fernando Henrique, com a conseqüente privatização da Petrobrás e de outras estatais ainda a salvo da fúria privatizacionista da gestão tucana.

A título de ilustração, vale lembrar que as reservas petrolíferas dos Estados Unidos, por exemplo, estão se exaurindo, razão do seu envolvimento em todos os conflitos deflagrados em países produtores de petróleo, pois a grande nação do Norte necessita do ouro negro para manter o seu poder bélico e econômico. Não foi por outro motivo que eles invadiram o Iraque, utilizando o falso pretexto de combate a um suposto arsenal de armas de destruição em massa. O verdadeiro motivo foi a necessidade de assegurar o seu suprimento de petróleo. A oposição, desse modo, com o apoio escandaloso da mídia – o mesmo apoio dado ao golpe de militar de 64, embora menos ostensivo – está prestando um serviço ao capital estrangeiro e, consequentemente, um desserviço ao Brasil.

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Afinal, se em dado momento da vida da empresa houve um mau negocio, isso não significa que ela não presta, sobretudo considerando a sua trajetória de sucessos, que a colocou entre as maiores do mundo. Até porque a compra da refinaria de Pasadena não trouxe nenhum risco à sua estabilidade econômico-financeira. Como disse Graça Foster, "a Petrobrás não é uma quitanda". E mais: toda empresa faz bons e maus negócios, conforme suas opções dentro do mercado. Neste caso, porém, está mais do que evidente que os oposicionistas – aí incluídos os jornalões – não estão preocupados com a situação da empresa, mas em defenestrar, a qualquer preço, a presidenta Dilma Rousseff do Palácio do Planalto, mesmo que esse preço seja a Petrobrás.

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