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Laís Gouveia

Mineira, jornalista e ativista da mídia livre. Vivendo na Espanha

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Uma suposta fake news da extrema-direita tem força para derrubar o primeiro-ministro da Espanha?

Sánchez diz que vai refletir se renunciará ao cargo após uma denúncia que a própria extrema-direita reconhece que pode ser falsa

Pedro Sánchez (Foto: Reuters/IntsKalnins)
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O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, disse nesta quarta-feira (23) que está pensando em renunciar devido aos ataques que ele e sua esposa enfrentaram nas últimas semanas. Ele ainda disse que irá revelar sua decisão na segunda. 

“Preciso de parar e refletir. Preciso urgentemente de responder à pergunta de se vale a pena, apesar do lodaçal em que a direita e a extrema-direita pretendem transformar a política. Se devo continuar à frente do Governo ou renunciar a esta enorme honra”, escreveu Pedro Sánchez, numa “carta à cidadania” que publicou na rede social X.

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A dura fala  ocorre após um tribunal espanhol anunciar a abertura de um inquérito de uma queixa criminal apresentada por um grupo de extrema-direita, o “Mãos Limpas”, especialista em ações do tipo contra líderes progressistas. O alvo: a esposa de Sanchez, Begona Gomez, acusada de cometer suposto tráfico de influência em conexão com negócios enquanto trabalhava para uma universidade.

O primeiro-ministro espanhol acrescenta que estas acusações falsas saíram de sites ligados à direita e à extrema-direita e foram alimentadas pelo Partido Popular e pelo Vox.

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De acordo com informações publicadas no El País Espanha, a própria organização reclamante, o “Mãos Limpas”, já admitiu que a denúncia pode estar baseada em notícias falsas, como Sanchez vem afirmando em seus discursos.

Sem provas concretas, ainda culpam os sites em questão caso as denúncias sejam fakes. 

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Extrema direita não aceita vitória de Sanchez- Eleito após uma vitória acirrada contra o PP (que venceu nas eleições gerais, mas não conseguiu maioria no parlamento), Sánchez governa com um modo "faca no pescoço" semelhante aos progressistas no Brasil. 

Até meados de janeiro os extremistas do PP lotaram as ruas de Madrid contestando o resultado das eleições e rechaçando a possível anistia aos separatistas catalães, possibilidade real após o primeiro-ministro negociar com partidos da Catalunha a liberdade aos presos políticos em troca do apoio no parlamento para a sua reeleição.

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 Muitos deles circulavam com cartazes saudosistas citando Franco (alguma semelhança com o Brasil?) e frases xenófobas. 

Andando pelas vias de um trem em El Vendrell, uma ameaça em letras garrafais foi pichada. “Morte a Sánchez”.  

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E de fato o líder espanhol vai na contramão de questões que irritam os extremistas. Ele já se posicionou várias vezes em defesa da criação do estado da Palestina e rechaça políticas xenófobas, discurso que ganha cada vez mais adeptos na Europa de Le Pen e na AFD alemã. 

Recentemente, o espanhol  anunciou a suspensão dos despejos de famílias vulneráveis. O tema das chamadas “ocupas” na Espanha também é um carro chefe da direita, que defende o despejo imediato de muitas famílias que estão inadimplentes, além de regras mais duras para conter a imigração no país e deportar mais cidadãos não registrados. 

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Segunda-feira, Sanches possivelmente dará o seu veredito final. Basta saber se uma possível fake news tem força para derrubar um primeiro-ministro. 

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