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Sávio Bones

Jornalista e Diretor do Instituto Sergio Miranda

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Unir esforços para eleger Kalil e Marília no 1° turno

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As pesquisas eleitorais sugerem que haverá segundo turno na ampla maioria das 95 cidades – inclu-sive 25 capitais – com mais de 200 mil eleitores, onde é legalmente prevista a realização de uma nova rodada quando um candidato não alcança mais da metade dos votos válidos no primeiro turno.

Em Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do País, com 15.889.559 eleitores, nove cidades atendem ao critério para a realização de uma segunda volta: Belo Horizonte, Uberlândia, Contagem, Juiz de Fora, Montes Claros, Betim, Uberaba, Ribeirão das Neves e Governador Valadares.

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Com os holofotes voltados para as capitais onde as disputas estão acirradas; a mídia monopolista polariza o noticiário eleitoral, de tal forma que obscurece outros embates vultosos, travados no País afora, que também dizem respeito aos caminhos da oposição e à reorganização da luta popular na próxima qua-dra política. Os casos de Belo Horizonte e Contagem, esquecidos pela mídia nacional, são emblemáticos. Nas duas cidades, cada uma com 16 postulantes, todos os levantamentos indicam o encerramento do plei-to já no dia 15 próximo.

O IBGE estima que a capital mineira tenha 2.521.564 habitantes, dos quais, segundo o TRE-MG, 1.956.410 são eleitores, 12,46% do Estado. A Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) é o terceiro maior aglomerado urbano e Município de Belo Horizonte é o sexto mais populoso do País, além de apre-sentar o quarto Produto Interno Bruto (PIB) entre as cidades brasileiras. Sua economia está baseada nos chamados setores secundário e terciário – indústrias em geral e outras atividades em que predominam serviços financeiros, comércio, atividades imobiliárias, administração pública, turismo ou lazer.

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Desde o fim do regime militar, as forças comprometidas com os direitos fundamentais, as liberda-des politico-civis e o progresso social têm papel um protagonista nas eleições locais. Em 1993, a adminis-tração de Patrus Ananias (PT) e Célio de Castro (PSB) abriu um ciclo que, com idas e vindas, mantém os go-vernos municipais compatíveis com tais interesses e perfil até os dias de hoje.

Contagem, que integra a RMBH, tem uma população estimada em 668 mil habitantes, 400.069 eleitores – 2,5% do Estado –, possui um vasto parque industrial, abriga um proletariado diversificado e guarda uma tradição democrática que vem da luta contra a ditadura militar. A Cidade tem um PIB em torno de R$ 26 bilhões, sendo o 3º do Estado e o 26º do País.

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Em Belo Horizonte, a coligação “Coragem e Trabalho”, composta por Avante, DC, MDB, PDT, PP, PSD, PV e Rede, lançou Alexandre Kalil, candidato a reeleição, sendo Fuad Noman o seu vice, ambos do PSD. Desde que foi lançada oficialmente, a frente que sustenta a candidatura e a campanha do atual pre-feito recebeu, e vem recebendo, o apoio de forças políticas distintas, entre elas partidos, dirigentes, mili-tantes e ativistas organicamente ligados ao campo popular.

As posturas, os posicionamentos, as políticas públicas, a relação com a sociedade civil, o trato com os movimentos populares, a posição diante da Pandemia e as demarcações públicas com Romeu Zema e Jair Bolsonaro contribuem para que o atual prefeito tenha sua administração, no fundamental, bem avalia-da e considerada como positiva e avançada por forças democráticas e progressistas. É de lembrar que o seu governo contou com a correta e destacada participação de quadros e militantes que têm reconhecido compromisso com as causas, as mobilizações e as lutas populares.

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A pesquisa do Ibope, divulgado no dia 29 outubro, mostra que a aprovação do Prefeito está na faixa de 77%. Ademais, a somatória das avaliações de cunho ótimo, bom e regular da Administração chega a 90%. A mesma pesquisa indica Alexandre Kalil com 55 de pontos percentuais a mais do que o segundo co-locado da corrida eleitoral e 40 pontos percentuais a mais do que os demais concorrentes. Além do que, a sua rejeição é de apenas 15%.

Já na cidade vizinha, a deputada estadual do PT, Marília Campos, foi indicada pela coligação “Contagem Feliz de Novo”. Esta frente, que também definiu Ricardo Faria, do MDB, para vice, é composta pelo MDB, PCdoB, PSB e PT e outras forças políticas com inserção na Cidade.

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Com um passado marcante na vida sindical, Marília Campos tem uma atuação parlamentar expres-siva e, ao dirigir a prefeitura por dois mandatos consecutivos, entre 2005 e 2012, distinguiu-se por realiza-ções que transformaram o Município e são reconhecidas pela população. A sua campanha tem articulado as forças democráticas e progressistas, integrado novos segmentos e ampliado a sua base político-eleitoral.

Há um mês, em pesquisa estimulada, feita pela DataTempo/Quaest, Marília foi considerada a me-lhor prefeita de Contagem nos últimos anos por 75% da população e iniciou a disputa com 40% das inten-ções de voto, tendo mais que o dobro de seus concorrentes somados e apenas 12% de rejeição. A partir daí, todas as análises indicaram o crescimento eleitoral da ex-prefeita, a estagnação dos adversários e uma possível vitória no primeiro turno.

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As duas candidaturas – Alexandre Kalil e Marília Campos – vêm firmando-se como alternativas elei-torais de massas às direitas tradicionais e à extrema-direita bolsonarista, bem como canalizando a oposi-ção, o descontentamento, a desconfiança e o incomodo populares em relação ao presidente e às políticas ultraliberais. Pelo resultado das pesquisas eleitorais e pela temperatura das ruas, elas são amplas favoritas.

Destaque-se que no segundo turno das eleições de 2018, Jair Bolsonaro teve 55% dos votos válidos contra 45% de Haddad. Em Minas Gerais o resultado foi de 58,2 a 41,8%. Já em Belo Horizonte foi 65,6 a 34,4% e em Contagem 65,8 a 34,2%. Para o Governo do Estado, Romeu Zema obteve 71,8% dos votos con-tra 28,2% de Antonio Anastasia. Na Capital obteve 59 a 41% e em Contagem os números foram de 73,8 a 26,2%, respectivamente.

Dois anos após o revés eleitoral que o abalou, o campo popular se encontra na defensiva e dividido, enquanto os governos estadual e federal, bem como seus titulares, têm uma boa avaliação. Contudo, até aqui, não conseguiram interferir com vigor na disputa eleitoral. Nas duas Cidades, as candidaturas com apoio do Palácio do Planalto e da Cidade Administrativa, até agora, não conseguiram reunir e colocar em movimento a força inercial de seus padrinhos e amargam um desempenho medíocre.

A amplitude tática das duas candidaturas majoritárias que estão à frente com grande folga se manifesta nas frentes eleitorais que as constituíram, impondo o isolamento eleitoral às outras propostas e permitindo uma campanha não só arejada, mas ainda em sintonia com o grau de consciência popular.

Caso as urnas confirmem as pesquisas, a eleição de Kalil e a de Marília imporá um duro golpe às forças conservadoras, em especial àqueles extratos mais reacionários, representados pelo bolsonarismo, com implicações estaduais e nacionais. Isoladamente, o sucesso eleitoral em qualquer uma das principais cidades da RMBH já seria significativo. Mas nas duas juntas, ainda mais derrotando, cada qual ao seu modo, as mesmas forças conservadoras e reacionárias, é muito mais importante.

A vitória expressiva de Kalil e Marília no primeiro turno impedirá que os conservadores se articulem e se unifiquem em torno de uma candidatura num eventual 2° turno, assim como tenham um novo palanque e mais 15 dias de exposição, além de dificultar, em curto, médio e longo prazo, a recomposição da extrema-direita. Um segundo turno em qualquer uma das cidades poderá macular e até mesmo comprometer o êxito anunciado pelas pesquisas.

Caso os prognósticos sejam confirmados, a eleição de Kalil e Marília em maiúsculos colégios eleito-rais brasileiros tem implicações muito maiores do que a mera proclamação do resultado. Ela mexerá na correlação de forças em Minas Gerais e até no quadro político nacional.

Além do alento, a vitória de Alexandre Kalil e Marília Campos trará outras consequências e possibi-lidades imediatas, com desdobramentos de grande repercussão, além da composição da Assembleia Legis-lativa com a efetivação do deputado estadual Bernardo Mucida, do PSB. Frisem-se a mudança na correla-ção de forças na RMBH, o fortalecimento de uma alternativa ao ultraliberalismo emanado de Brasília ou do Governador, a instalação de uma nova referência no tabuleiro político estadual, a experiência das coalizões de frente única com alianças mais amplas, a adoção de políticas públicas de amparo à população quando se agrava a crise econômico-social – em contraponto político-prático às medidas ultraliberais –, a instalação de mais um ponto de apoio para as forças democrático-progressistas e novos instrumentos para a disputa, seja contra-hegemônica, seja política imediata, na sociedade civil e junto às grandes massas populares.

Em Belo Horizonte, a coalizão que combate o obscurantismo, isolando a extrema-direita e até a di-reita tradicional, é capitaneada por segmentos de caráter democrático-burguês, mas conta com uma pre-sença ativa de agremiações à esquerda. Já em Contagem, o protagonismo é dado pelos setores populares. Para os conservadores, esses maus exemplos não devem prosperar. Estão se aferrando ao exemplo de 2018, quando o resultado das eleições foi definido na reta final. Por isso mesmo, os próximos dias serão definitivos, exigindo, pois, atenção e militância redobrada. A reação partirá para cima das candidaturas democráticas e progressistas, com tudo, para derrotar as experiências de frente ampla, sem medir esfor-ços, armas, ataques e baixarias.

Caberá às forças e aos ativistas democratas, progressistas e populares se manterem longe de ma-nobras diversionistas ou provocações, ampliarem a unidade e garantirem a eleição tanto de Alexandre Kalil como de Marília Campos no primeiro turno, com a maior diferença possível. Portanto, a hora é de intensificar os apoios, as manifestações e a militância, bem como, sobretudo, de mobilizar todas as forças interessadas em derrotar os inimigos do povo e colocar mais uma vela no fim do túnel.

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