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Paulo Rocha

Líder do PT no Senado

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Vamos continuar na trincheira, defendendo a democracia

Não permitiremos a vitória do golpe que pretende demolir todos os avanços sociais alcançados nos últimos anos. Não engoliremos Eduardo Cunha na vice-presidência da República. Estamos nas ruas e vamos continuar até este domingo em vigília para enfrentar os golpistas

Não permitiremos a vitória do golpe que pretende demolir todos os avanços sociais alcançados nos últimos anos. Não engoliremos Eduardo Cunha na vice-presidência da República. Estamos nas ruas e vamos continuar até este domingo em vigília para enfrentar os golpistas (Foto: Paulo Rocha)
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Esses dias turbulentos que atravessamos ficarão para sempre marcados na história de como um governo democraticamente eleito foi ameaçado por uma tese de impeachment cínica e inconsistente, que serviu de arma para tentar tirar uma presidenta da República de seu posto à força e ao arrepio da Constituição.

Por mais honrados que sejam os parlamentares da Câmara e do Senado que abraçaram essa tese, um registro permanente os incomodará sempre: estiveram ao lado e apoiaram a delinquência de Eduardo Cunha na presidência da Câmara, que também é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes de corrupção, evasão de divisas, formação de quadrilha, entre outros.

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Os tucanos já estão carimbados como cúmplices de uma comissão de impeachment dirigida, onde mais da metade de seus integrantes responde a algum tipo de processo na Justiça – a maioria por corrupção, frise-se – contra uma presidenta que não é suspeita de qualquer irregularidade, que não responde a um processo sequer, que não aparece nas listas de envolvidos com distribuição de propinas e que não foi flagrada com milhões de dólares depositados na Suíça.

O relatório aprovado na comissão especial do impeachment, assinado pelo deputado Jovair Arantes (PTB-GO), ele próprio respondendo na Justiça por suas relações suspeitas com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, é frouxo. O texto não comprova que a presidenta cometeu crime de responsabilidade e confessa que não tem indício nem prova. Mas, mesmo com todos esses vícios, foi aprovado pela bancada teleguiada por Eduardo Cunha – dono da maior folha corrida de crimes da história da Câmara dos Deputados. O relatório é frouxo porque considera que a gestão de Dilma Rousseff cometeu irregularidades nas práticas orçamentárias. Irregularidades que vinham sendo cometidas desde os governos de Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, mas que nunca foram questionadas nem tipificadas como crime de responsabilidade.

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Esses personagens sombrios estão sendo amplamente rechaçados nas pesquisas eleitorais, mesmo livres do ônus de chefiar o governo e anunciar medidas muitas vezes impopulares. Apenas 2%, segundo o Datafolha, votariam em Michel Temer, principal beneficiário do golpe articulado por Cunha, cuja cassação é reclamada por três em cada quatro entrevistados.

Mas essa organização antipovo enfrenta resistência cada vez maior. Nos últimos dias, a presidenta Dilma recebeu apoio de professores, jovens, pesquisadores, representantes das mais variadas ciências nas universidades, agricultores, sindicatos, cientistas, artistas, movimentos sociais e igrejas – todos reafirmando o compromisso de que estarão ao seu lado contra o golpe.

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Os golpistas não passarão. A sociedade reage energicamente à tentativa de golpe com reações espontâneas que se reproduzem por todo o Brasil. Ao contrário do ódio pregado nas redes sociais pelos que apoiam o golpe, essas manifestações em favor da democracia vêm ocorrendo em paz – e com o apoio dos mais importantes e influentes artistas brasileiros.

Já disse a presidenta Dilma nesta semana e com muita propriedade: "O golpe não é contra mim, embora tentem construí-lo por meio do impeachment. O golpe é contra o projeto de Brasil que represento. Vivemos tempos estranhos e preocupantes. Tempos de golpe, de farsa e de traição", disse ela, ao denunciar que os mandantes da tentativa de se aviltar a Constituição "utilizam a farsa do vazamento para difundir a ordem unida da conspiração".

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Ela ainda apontou os conspiradores. "Os golpistas têm chefe e vice chefe assumidos. Um é a mão, não tão invisível assim, que conduz com desvio de poder e abusos inimagináveis o processo de impeachment. O outro esfrega as mãos e ensaia a farsa do vazamento de um pretenso discurso de posse. Cai a máscara dos conspiradores. O Brasil e a democracia não merecem tamanha farsa".

A democracia brasileira erguida a duras penas, depois de longo enfrentamento contra a ditadura, realmente não merece conviver com tamanha farsa. Não merece assistir que os mesmos atores que montaram a farsa para derrubar o ex-presidente João Goulart, agora, venham de novo golpear a democracia e os interesses da classe trabalhadora.

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Ontem e hoje, unidos ao grande capital representado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o que pretendem não é apenas derrubar Dilma. É, sim, acabar com um projeto de valorização do trabalho nos últimos 12 anos, é acabar com as políticas de inclusão social que colocaram o Brasil em posição de destaque em foros supranacionais, como a ONU, é neutralizar o reconhecimento do estado à imensa população negra do País, é interromper a política de valorização do salário mínimo, é afogar os movimentos civis que defendem os direitos das minorias.

O partido político que reúne as empresas de mídia tem ao seu lado o PSDB, a quem pauta e dá as ordens de como agir e o que dizer. Ambos festejam, ao barulho da inconsequência dos golpistas que querem mudar a lei no grito. Os tucanos já estão pagando muito caro pelas companhias espúrias que escolheram para tentar tomar o poder. Queimaram a sua reputação no ano passado, ao apoiar a pauta-bomba com que Cunha tentou solapar o equilíbrio fiscal, e ateia-se fogo em praça pública agora com o apoio da ilegalidade do impeachment.

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O retrocesso de seus principais aspirantes à Presidência da República é apenas um dos efeitos da aliança dos tucanos com a bandidagem de Eduardo Cunha. A perda de eleitores iniciada é o marco inicial de uma queda que pode não ter volta. Os homens honrados e patriotas do PSDB estão cientes desse desgaste. Além de sujar-se com Cunha, perderam eleitores para a extrema-direita de Jair Bolsonaro.

O PSDB é peça-chave nessa tentativa de inviabilizar o governo Dilma. A aposta no "quanto pior, melhor" satisfaz apenas uma ala do partido, aquela dos inconformados com a derrota nas eleições presidenciais de 2014. Há constrangimento e desconforto por estarem na órbita de Cunha. A história já começou a julgá-los.

De nossa parte, permaneceremos resistindo na trincheira. Não permitiremos a vitória do golpe que pretende demolir todos os avanços sociais alcançados nos últimos anos. Não engoliremos Eduardo Cunha na vice-presidência da República.

Estamos nas ruas e vamos continuar até este domingo em vigília para enfrentar os golpistas.

O povo na rua e os democratas dentro do Congresso vão deter a tentativa de golpe.

Não passarão!

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