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Cândido Vaccarezza

Dr. Cândido Vaccarezza é um médico e político formado pela Universidade Federal da Bahia e atualmente mora em São Paulo. Ele tem especializações em ginecologia e obstetrícia, saúde pública e saúde coletiva. Durante a pandemia, foi diretor do Hospital Ignácio P Gouveia, referência para o tratamento de Covid na Zona Leste de São Paulo. Como político, ele participou da luta pela democracia no Brasil na década de 1970 e foi deputado estadual e federal pelo PT. Além disso, ele também foi líder na Câmara do Governo Lula e Dilma e secretário de esporte e cultura em Mauá. Reg

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Vamos fazer a Copa?

Não é apenas uma questão de realizar um evento internacional, mas de mostrar a cara e provar que temos competência para vender nossos produtos e serviços lá fora e assim criar os empregos que vão melhorar a vida de todos os brasileiros

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Dizia Nelson Rodrigues que o Brasil é muito impopular no Brasil. A praticamente um mês da Copa 2014 não se veem bandeiras nas janelas nem brasileiros vestindo a camisa canarinho. Aqui e acolá manifestantes desfilam contra a realização do evento. Mas até hoje não vimos ninguém protestar contra os bilhões de dólares que os turistas brasileiros gastam todos os anos no exterior e nem contra o turismo sexual que destrói as vidas de nossos jovens. Não se deixe enganar, quem quer mais educação e saúde precisa arregaçar as mangas e ajudar o Brasil a fazer bonito.

Sim, nós vamos fazer a Copa. Já assumimos o compromisso, mandamos os convites e o prejuízo seria imensamente maior ao não realizar ou realizar mal esse grande evento. Mas os brasileiros têm pelo menos dois bons motivos para se engajar com entusiasmo: temos todas as condições de realizar uma grande Copa do Mundo e vale muito a pena.

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A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), da USP, diz que a Copa das Confederações ano passado já pagou os estádios. Foram adicionados R$ 9,7 bilhões à economia do País até a véspera do evento, quase R$ 1 bilhão a mais do que a última estimativa do que se gastaria com a construção de todos os novos estádios. A projeção para o evento deste ano é de R$ 30 bilhões. Mas o cálculo deve levar em conta outros parâmetros ainda mais relevantes.

Estima-se em R$ 200 milhões a campanha estrelada por um famoso músico para o lançamento de uma (agora) conhecida marca de carne. Parece muito? Não é. Uma única inserção de 30 segundos de comercial no horário do Jornal Nacional, que atinge 30 milhões de pessoas, custa R$ 541 mil. Uma! E isso não é muito mais caro que o que foi pago para o garoto propaganda estrelado emprestar sua credibilidade e agregar valor ao produto. A empresa já recuperou o investimento e ainda lucrou R$ 100 milhões.

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A Copa do Mundo será assistida por 3,5 bilhões de pessoas ao redor do Planeta. Realizar a Copa é uma ação de marketing que aproveita uma mídia extraordinária, ao mesmo tempo em que associa a imagem do Brasil à admiração desse imenso público pelas estrelas do futebol mundial. Neymar, Messi, Cristiano Ronaldo, Iniesta, Ozil & Cia são os garotos propaganda.

De quatro em quatro anos, as nações deixam suas guerras bélicas e comerciais de lado para se enfrentarem numa emocionante disputa que desarma ódios e aproxima as diferenças. Em torno da Copa do Mundo de Futebol se criou uma mística alimentada por histórias de superação e genialidade, para as quais o Brasil e os brasileiros contribuíram decisivamente e por essas qualidades é reconhecido internacionalmente.

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O Brasil não é só o país do futebol, claro. Temos a desigualdade social, a violência e a improvisação em vários setores da nossa sociedade. Temos defeitos sim, mas também temos a generosidade, a alegria, a criatividade, a paixão e a vontade de vencer. A marca Brasil está sendo construída no imaginário do mundo desde 1500. E com todas as dificuldades e explorações que a história nos impôs, os brasileiros sempre se superaram. Parodiando Euclides, o brasileiro é antes de tudo um forte.

E talentoso! No país de Ayrton Senna, logramos criar tecnologias que alimentam o mundo e desenvolvemos políticas públicas recomendadas pelas Nações Unidas. Somos reconhecidos pela excelência em vários setores, por exemplo na gastronomia. Em prêmio patrocinado este ano por uma revista inglesa, dois brasileiros foram apontados como os melhores chefs de cozinha, Alex Atala e Helena Rizzo. Na área de publicidade, nossas agências ganham os maiores prêmios e este ano ganhamos um título mundial de melhor ação de marketing de rua. E até na badalada Hollywood, o cineasta brasileiro José Padilha chamou atenção pelo filme Tropa de Elite e foi contratado para dirigir a produção milionária Robocop.

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Não é apenas uma questão de realizar um evento internacional, mas de mostrar a cara e provar que temos competência para vender nossos produtos e serviços lá fora e assim criar os empregos que vão melhorar a vida de todos os brasileiros.

A Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas do Rio em 2016 vão ajudar a alavancar o turismo internacional no Brasil, um dos setores que mais gera emprego em todo o mundo. Hoje, o Brasil inteiro, com todas suas belezas naturais e cultura diversificada, recebe por ano um terço da quantidade de turistas estrangeiros que a cidade de Bangkok, na Tailândia.

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Temos condições de realizar uma bonita festa? Fizemos os Jogos Panamericanos em 2007, os Jogos Mundiais Militares em 2011 e a Jornada Mundial da Juventude em 2013. A Copa das Confederações, também no ano passado, foi um sucesso de público tão grande que calou a desconfiança dos dirigentes da Fifa.

Temos muito que melhorar na qualidade dos nossos serviços para competir com os principais destinos turísticos do mundo, mas a realização desses dois grandes eventos esportivos é a grande oportunidade de tirar nossos empresários do comodismo e de profissionalizar nossos jovens.

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O Brasil é um país de contrastes, mas tem todas as condições para superar suas dificuldades e se tornar uma grande potência mundial. Programas como Brasil sem Miséria, Pronatec e Mais Médicos são provas de que estamos trabalhando para resolver nossos problemas na distribuição de renda, na educação e na saúde. Temos todos que fazer mais. O título não é uma dúvida, mas um convite.

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