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André Barroso

Artista plástico da escola de Belas Artes da UFRJ com curso de pós-graduação em Educação e patrimônio cultural e artístico pela UNB. Trabalhou nos jornais O Fluminense, Diário da tarde (MG), Jornal do Sol (BA), O Dia, Jornal do Brasil, Extra e Diário Lance; além do semanário pasquim e colaboração com a Folha de São Paulo e Correio Braziliense. 18h50 pronto

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Velha política com terno Alexander Amosu!

Somos hoje um país que os velhos hábitos estavam apenas adormecidos, aguardando a oportunidade de sair da tumba e achar que não existe mais corrupção

(Foto: Bolsonaro)
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“O centrão e a velha política acabaram”. Frase do presidente Bolsonaro ao lado de Fernando Collor de Mello e integrantes do Centrão. O que se entende de velha política seria a figura do coronel, dono de grandes áreas de pasto, escravos, com filhos entranhados nas profissões das quais poderia perpetuar sua influência, que exercia o poder local por meio da violência e trocas de favores políticos. Um universo que muitos conhecem apenas por novelas como Gabriela e séries como O bem amado. A despeito da fala do presidente, o significado seria substituir as barbas, bigodes, botas e por vezes um gibão de couro, por um terno azul-marinho da marca Alexander Amosu.

Somos hoje um país que os velhos hábitos estavam apenas adormecidos, aguardando a oportunidade de sair da tumba e achar que não existe mais corrupção, que as armas trazem segurança, que a gasolina está com preço aceitável, que a terra é plana e que o planalto não está cercado de milicianos. O termômetro verdadeiro está nas ruas. Antes do evento das lancheatas, o presidente da república foi vaiado quando foi comer pastel nas ruas. Uma vaia que se torna cada vez mais presentes em eventos que juntam a população, como shows e eventos. Apesar da COVID não ter terminado, ao arrefecer um pouco, está turbinando a indignação ao governo.

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A revolta está colada como uma sombra nas costas de Bolsonaro. A qualquer lugar que vá, haverá a indignação comovida de um povo que sofre com os preços nos mercados, nos postos de gasolina e nas condições básicas de vida. Otto Lara Rezende tinha um sonho, da qual falava que andava pelas ruas do centro, quando ouvia alguém nas suas costas gritar: “Canalha!”. E continuava a andar de forma tranquila, certo de que não era com ele. No caso do mandatário do país, são muitos anos de prática ouvindo os mesmos gritos e simulando o melhor possível o gesto blasé. 

A negação de Bolsonaro ao clamor popular é um mecanismo de defesa para afastar verdades chocantes. Assim como faz nas estratégias de cortina de fumaça na imprensa, para desviar a atenção de temas importantes. A sua negação é associada a sua dependência ao poder. De achar que é um rei déspota. Entretanto, negar a realidade não ajuda  a manter a saúde da mental, criando uma fachada de ilusões que acaba por levar a dizer que o país está ótimo. Dessa forma, acredita em mentiras muito bem fabricadas, deixando de ouvir conselhos sábios e interpretar eventos reais da forma como realmente são. Retomar o contato com a realidade parece não ser algo de curto prazo. E isso pode gerar os conflitos que antevê com a proximidade das eleições e o fim melancólico de seu mandato.

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"Acabou a corrupção" graças ao "acabou a investigação". Atacar frequentemente as urnas e agora ter todos os argumentos refutados, até pela CIA, leva a novas ideias, pois já se pronunciou dizendo que as eleições podem ser conturbadas. O TSE já falou que não haverá uma nova “Invasão ao Capitólio” aqui no Brasil, mas as investidas para venda de armas e a recorrente live das quintas do presidente, inflamando seus apoiadores mais radicais, pode sim, levar a tensões jamais vistas no país. Já vimos um xamã do QAnon tupiniquim em movimento bolsonarista na cidade de Niterói. Só que o xamã do QAnon verdadeiro, foi condenado a 41 meses de cadeia. 

Anne-Louise Germaine de Staël-Holstein, mais conhecida como Madame de Staël, em seu Ensaio sobre as ficções, que defendia a relação do leitor ao autor; que mais tarde foi defendida por Proust; disse: “Todos estão perdidos no seu século. O século está perdido no tempo e o tempo está perdido no incompreensível”. Estamos perdidos em um mandato de horrores, de um presidente pouco respeitado e a caminho do precipício. Nossa obrigação é com dignidade, amor e vontade de mudar, transformar em votos, o desejo popular por um mundo melhor e mais justo.

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Mas a pergunta que não quer calar: O que foi o Collor segurando a risadinha pelo canto da boca?

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