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Alex Solnik

Alex Solnik, jornalista, é autor de "O dia em que conheci Brilhante Ustra" (Geração Editorial)

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"Vini, vidi, vici"

"'Veni, vidi, vici' proclamou Júlio César ao vencer a Batalha de Zela. Passados 2069 anos, Vini pode dizer o mesmo: vim, vi e venci", diz Solnik

Vinícius Júnior (Foto: Pablo Morano/Reuters)

"Veni, vidi, vici" proclamou o imperador Júlio César em 46 a.C. ao vencer a Batalha de Zela. Passados 2069 anos, Vini Jr. pode dizer o mesmo: vim, vi e venci. A Batalha de Valência. 

O episódio em que tentaram humilhá-lo e rebaixá-lo, o engrandeceu e elevou. Antes, era um dos três melhores futebolistas da atualidade; agora é, também, o maior símbolo da luta contra o racismo em escala mundial e não só no futebol. Os torcedores que agrediram Vini Jr. não são racistas apenas no estádio. Lá tão somente extravasaram o sentimento que escondem no dia a dia.

Ele já era candidato a todos os títulos de melhor jogador do ano. Agora pode ser o Homem do Ano.  

A diferença entre este e outros casos deploráveis é que Vini Jr. não se calou, reagiu com altivez no calor dos acontecimentos, enfrentou 46 mil torcedores e o combate ao racismo virou questão de estado. É um câncer que tem de ser extirpado.

Todos os países, não só a Espanha, e o Brasil inclusive, é claro, devem apertar o cerco contra os racistas por meio de punições relevantes e campanhas educativas, sobretudo nas escolas e transformá-los em inimigos da humanidade, da democracia e do desenvolvimento.

Nenhum país pode crescer num ambiente de preconceito e racismo.

Vini Jr. é a prova de que cidadãos podem, muitas vezes, contribuir mais para a paz mundial que os grandes líderes. Agora cabe aos grandes líderes completar a tarefa que Vini Jr. iniciou.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.