Vinte anos no deserto e nosso Moisés é um faraó
"Agora nos acenam que a Terra Prometida está logo ali, mas até alcançá-la temos que atravessar um deserto, também chamado de ponte para o futuro ou pinguela, na definição lapidar de um dos faraós. O Moisés que nos coube não é bem um Moisés, é outro faraó, golpista e traidor, e que vive rasgando os dez mandamentos (e rasgaria onze, se os houvesse) e é o primeiro a transgredi-los. Aumenta cada vez mais o número de brasileiros que não o respeitam, ao contrário, querem vê-lo pelas costas e a cada dia aparecem novas evidências de que não tem moral para impor limites morais aos demais", escreve o colunista Alex Solnik
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Estou me sentindo mais ou menos como os hebreus às vésperas de saírem do Egito para uma longa jornada rumo à Terra Prometida, onde jorra o leite e o mel.
Aqueles hebreus tinham passado a vida toda construindo pirâmides para o faraó, em troca de casa e comida, mais ou menos como nós temos feito, construindo e mantendo palácios para os faraós que se sucedem.
Agora nos acenam que a Terra Prometida está logo ali, mas até alcançá-la temos que atravessar um deserto, também chamado de ponte para o futuro ou pinguela, na definição lapidar de um dos faraós.
E estipularam o tempo de deserto: 20 anos.
É uma insanidade porque viver no deserto leva uns a matarem outros por um pedaço de pão (ou maná) ou para ter um abrigo, ou para se cobrir no frio. Vigora o império da barbárie. Foi assim com os hebreus e eles sobreviveram porque seu líder era um super-homem, com incríveis poderes, que não só falava com Deus como o convencia a mudar de ideia e tinha o respeito dos seus liderados e criou os dez mandamentos, e foi o primeiro a os cumprir.
O Moisés que nos coube não é bem um Moisés, é outro faraó, golpista e traidor, e que vive rasgando os dez mandamentos (e rasgaria onze, se os houvesse) e é o primeiro a transgredi-los. Aumenta cada vez mais o número de brasileiros que não o respeitam, ao contrário, querem vê-lo pelas costas e a cada dia aparecem novas evidências de que não tem moral para impor limites morais aos demais.
Não há como confiar nele durante uma travessia no deserto nem que seja de dois anos quando diz "é por aqui".
Estamos no deserto sem camelo.
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