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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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William Waack quase demite Levy ao vivo

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No finzinho do jogo Santos vs. São Paulo, o locutor da Globo Cleber Machado anunciou: daqui a pouco o ministro Joaquim Levy ao vivo no Jornal da Globo. Passava de meia-noite. Pensei que ele estaria falando diretamente de seu gabinete, em Brasília, envolvido em sucessivas reuniões para destrinchar esse osso duro de roer que foi o rebaixamento do Brasil para a Série B do mundo capitalista, mas não: ele estava no estúdio, frente a frente com William Waack e Cristiane Pelajo. Não exatamente frente a frente, mas num nicho solitário, abaixo dos apresentadores, confortavelmente instalados na bancada. Ele parecia aquele aluno de castigo que o professor colocou no canto da sala com aquele chapeuzinho de bobo na cabeça porque tirou nota zero. William Waack disse logo de cara que o que aconteceu foi que o Brasil ficou com nome sujo na praça e Levy engoliu em seco. Percebendo que o ministro, que deveria ser o mais forte do governo, estava visivelmente com a guarda baixa e mais desanimado que habitualmente (alguém já o viu sorrindo?), Waack partiu para cima dele com uma intensidade de que nem a presidente Dilma seria capaz. Enquadrou o ministro e o encurralou no canto neutro com algumas perguntas que o deixaram grogue. Ele deve ter achado, certamente, que fora convidado para dar uma palavra de alento aos brasileiros e não para sofrer um bombardeio. Primeira pergunta:

"Ministro, o senhor assumiu com a missão explícita de evitar que o Brasil perdesse a nota de crédito de uma agência como a Standard & Poor's, mas o Brasil perdeu a nota de crédito. Isso impõe escolhas políticas ao senhor".

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Segunda pergunta:

"Ministro, fala-se na recriação de uma contribuição, a CPMF, fala-se no uso da Cide, que vai bater nos combustíveis, atribuiu-se ao senhor, inclusive, durante a sua recente viagem a Paris, a ideia de novas alíquotas do imposto de renda. Afinal, o que o governo quer"?

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Terceira pergunta:

"Ministro, governos brasileiros sucessivos, não é questão de colocar a culpa apenas neste, cuja irresponsabilidade fiscal, como eu disse no início do Jornal da Globo, nos levou a ficar com nome sujo na praça. Sucessivos governos brasileiros preferem ir pelo lado da receita quando fazem um ajuste fiscal. Até agora não vimos nada diferente na sua gestão. Estamos indo pelo lado da receita mais uma vez"?

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Quarta pergunta:

"Ministro... Chris, perdoe, estou interrompendo a sua vez das perguntas. Ministro, significa, após eu ouvir do senhor dizer que cortes nos programas sociais serão inevitáveis"?

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Quinta pergunta:

"Eu volto à minha primeira pergunta: o senhor pensa em consequências políticas do fato do rebaixamento da nota brasileira"?

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Sexta pergunta:

"Ministro, de que maneira o senhor encontra tempo em todo esse tiroteio e a explosão dessa bomba como a de hoje em pensar em alguma coisa para o futuro?

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Sétima pergunta:

"Ministro, a minha última pergunta, a última pergunta da nossa conversa, se referindo à política, que é o fator mencionado pela Standard & Poor's. Na semana passada, o vice-presidente Michel Temer disse que um governo com a popularidade tão baixa como a que é registrada pela presidente Dilma dificilmente tem condições de continuar durante muito tempo. A baixa popularidade do governo lhe atrapalha"?

Depois desse fuzilamento verbal e antes do "boa noite" de praxe quase deu para ouvir William Waack decretar:

"Ministro, o senhor está demitido"!

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