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Alex Saratt

Alex Saratt, professor de História nas redes públicas municipal e estadual em Taquara/RS e dirigente sindical do Cpers/Sindicato.

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X Vídeo

Nem nas mais obscenas passagens dos malfadados “X-Vídeos” se encontraria tamanha descompostura com os princípios rudimentares da Democracia. Nenhuma surpresa em se tratando desse governo, de seu protagonista e de quem lhe serve ou apoia

Reunião ministerial e Jair Bolsonaro (Foto: Agência Brasil)
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O termo “x-vídeo”, referência a um canal de vídeos e filmes impróprios para menores de 18 anos, mas largamente popular no segmento adolescente ou entre aqueles que não ultrapassaram mentalmente essa fase do desenvolvimento humano, costuma ser usado em tom de galhofa ou para constrangimento alheio. Dado o conteúdo, sinaliza coisa medonha, baixa, rastaquera. Enfim, mandar alguém “sair do x-vídeo” é troçar do sujeito, expô-lo ao ridículo ou criticar-lhe o gosto pela vil pornografia.

A existência de gravação audiovisual feita durante reunião ministerial onde o Presidente Jair Bolsonaro teria forçado a troca de comando da Polícia Federal no Rio de Janeiro para proteger sua família e aliados é a primeira bomba do ex-juiz e ex-ministro Sérgio Moro a atingir a cidadela bolsonariana.

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No mesmo evento, o Ministro da Educação, o inclassificável Abraham Weintraub sugeriu a prisão dos ministros do STF e a folclórica ministra Damares Alves propôs o mesmo para governadores e prefeitos. Um caso de classificação tão ou mais repugnante do que o do referido canal. Um verdadeiro “X-Vídeo” político.

O fato é que a escusa presidencial de que a solicitação para ingerir na Superintendência da Polícia Federal sob alegada proteção familiar não se sustenta. Primeiro, as questões dessa natureza cabem ao Gabinete de Segurança Institucional. Segundo, a extensão da dita “proteção” a aliados políticos revela intentos de acobertamento, favorecimento e impunidade.

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A potência dessa situação e seus desdobramentos – como tudo no Brasil de hoje – são imprevisíveis. Estranhamente, o fim de semana último foi o único em muito tempo no qual Bolsonaro não produziu nenhum confronto maior, embora seu passeio de jet ski enquanto o vírus superava a marca de 10 mil mortos tenha sido um ato afrontoso às vítimas e suas famílias. A Economia segue despencando e não há mais respostas para dar conta da montanha de cadáveres de brasileiros vitimados pela COVID19 devido a criminosa imprudência assumida pelo Governo Federal.

O teor do material está sendo amplamente explorado pela mídia que assumiu a oposição à Bolsonaro, mas suas implicações políticas e jurídicas ainda carecem de movimentos futuros. Por hora, a mera menção das discussões serve apenas para comprovar a pornografia política que percorre os subterrâneos do poder, evidenciando uma promiscuidade entre os interesses da “famílicia” e a condução dos assuntos de Estado.

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Longe da visão republicanista amorfa e vazia, não se questiona a primazia do Chefe do Executivo em nomear e demitir quem melhor lhe prouver. O indício de crime de responsabilidade reside em fazê-lo em causa própria e com fins de benefício que lhe faça escape da Lei.

Nem nas mais obscenas passagens dos malfadados “X-Vídeos” se encontraria tamanha descompostura com os princípios rudimentares da Democracia. Nenhuma surpresa em se tratando desse governo, de seu protagonista e de quem lhe serve ou apoia. A cada dia que passa qualquer traço de dignidade é afogado com mentiras, maldades, trapaças, omissões, engodos, incompetências, que põe o Povo e a Nação em risco. A unificação política pontual para dar um basta a tudo isso grita nos ouvidos das lideranças e o tempo corre contra aqueles que titubeiam ou colocam seus propósitos comezinhos acima da luta central. O filme do Brasil 2020 não merece se equivaler a um “X-Vídeo”.

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