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      Lelê Teles

      Jornalista, publicitário e roteirista

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      Zico ou Maradona

      Tô torcendo por Maradona. Espero que o Papa faça lobby por Diego

      Tô torcendo por Maradona. Espero que o Papa faça lobby por Diego (Foto: Lelê Teles)

      Após a renúncia de Blatter é que a festinha ficou animada. Agora tem uma galerinha dando voltas na cadeira de Sepp, esperando a música terminar para ver quem senta primeiro.

      Blatter foi secretário-geral da Fifa, era a tipoia que segurava o braço direito de João Havelange. Por isso, foi o herdeiro natural do trono.

      Como naturalmente se sentaria ali, para peidar a vontade, o galã arrogante Jérôme Valcke, secretário-geral na gestão Blatter.

      Mas aí veio o Tio Sam e deu um chute no traseiro dos dois. Os estadunidenses são mestres em derrubar presidentes.

      Já que estamos na festa, façamos como a Fernanda Lima, ergamos os papeizinhos com o nome dos indicados.

      Como se sabe, Aécio está no aquecimento, nosso pequeno Napoleão mineiro há de ser presidente de alguma coisa ainda nessa encarnação.

      Acrescenta o nome dele lá.

      Já fora do páreo, mas antes cotado para o posto, estava o impoluto presidente da Concacaf, Jaffrey Webb. Só que neste momento o cabra se encontro encarcerado. O citamos por cortesia.

      Com Aécio e Jeffrey de fora, continua a dança em volta da cadeira.

      Pela ponta direita, cheio de azeite do Além Tejo nos cabelos, avança o português Luís Figo, ex-melhor do mundo.

      Porém, apesar da simpatia, tem pouca força o seu nome, já já aparece um Cristo para secar essa figueira.

      Ali no meio de campo, cheio de garbo, surge o brilhante Michel Platini. Homem de holofotes. O diabo é que contra Platini, embora seja um Homo Holofotis, pesa sua antipatia.

      Ele é rejeitado até por seus colgas europeus, inclusive pela Federação Francesa.

      E o cabra foi citado no escândalo da compra de votos para a escolha do Qatar (2022) como sede da Copa do Mundo.
      Tira ele da dança.

      Voltemos à festinha. Esse jovem de turbante na cabeça que dá frenéticas voltas na cadeira é o príncipe da Jordânia, Ali bin Al-Hussein (vice-presidente da Confederação Asiática de Futebol), candidatíssimo, uma vez que foi ele quem enfrentou Blatter no último pleito.

      Sei não, mas um cabra que tem Bin e Hussein no mesmo nome já me parece meio suspeito. Deixemos ele rodar até ficar tonto.

      Agora vejam, esses caras, Figo, Hussein, Platini... estão todos ligados à Fifa, ou seja, estavam lá quando os abutres comiam o fígado de Prometeu, e nada fizeram.

      O ideal, para os patrocinadores que querem tirar sua imagem desse pardieiro, seria um nome de fora, isento, limpo. Vejamos quem mais está na brincadeira.

      Alá o brasileiro dando voltas na cadeira, quem é aquele? Rapaz, não é que é o nosso Galinho de Quintino. Leio no folder da festa que Zico se candidatou para a dança da cadeira, mesmo com o joelho bichado. É muita abnegação.

      Porém, afobado, antes que o DJ cortasse a música, Zico se sentou, causando um micoso constrangimento.

      No folder diz que o Camisa 10 da Gávea fez chegar à Suíça, pelas diligentes mãos de sua assessoria, seu invejável curriculum: foi dirigente no futebol japonês e, olha que coisa, foi ministro dos esportes no Brasil.

      Ministro do Collor, diga-se, ele e o Magri "cachorro também é um ser humano".

      Esqueceu de colocar no documento que ele, o seu filho Bruno Coimbra e o seu clube CFZ já foram denunciados por maracutaias no futebol brasileiro.

      E o Galinho estava com a Seleção na França, quando Romário foi cortado e Ronaldo foi dopado com forte medicação, como tudo indica.

      Ajudou a entregar o ouro para o bandido.

      E olha que coisa, em meio a toda essa pilantragem, eis que surge na linha de fundo, ninguém menos que o improvável Nicolás Maduro, mostrando que o futebol é mesmo uma caixinha de surpresa.

      O bigodudo fez um lançamento de 50 jardas para Maradona na grande área. O baixinho matou no peito.

      Manchete: Maduro lança a cândida candidatura de Don Digo Armando Maradona para presidência da Fifa.

      Fogos, aplausos, urros, esgares.

      Se a questão agora é geopolítica, sabemos que depois do vaticano, a Fifa é a instituição global mais poderoso do mundo. Já tem um argentino no Vaticano, por que não outro na Fifa?

      Na Copa dos Esteites, em '94, a Fifa armou pra cima de Dieguito, levando-o ao anti doping arrastado pela mão, como um réu. Deu no que deu, meteram Efedrina no sangue do craque.

      Ligado às esquerdas, com uma tatoo de Che Guevara no braço e longa e afetuosa amizade com Oliver Stone, Fidel Castro, Hugo Chávez e Maduro, Don Diego pode ser uma pedra no sapato dos estadunidenses.

      Os EUA, não sejamos ingênuos, não querem uma Copa do Mundo na Rússia.

      Evento global, a Copa pode redimir a imagem do país exatamente no momento em que o ocidente pretende isolá-lo.

      Você sabe, o país sede da copa ganha gratuitamente uma campanha global de marketing. Mostrando arquitetura, infraestrutura, hotéis, culinária, artes, cultura, botecos, puteiros, e tudo o que o país tem a oferecer, sobretudo buscando simpatia, cordialidade e hospitalidade.

      Não nos esqueçamos, durante a Olimpíada na China, os EUA fizeram de tudo para sujar a imagem do país. Chegaram a patrocinar uma bisonha campanha chamada Free Tibet.

      Jovens do mundo inteiro, que nem sabiam apontar o Tibet no mapa, de repente apareceram nas ruas com uma bandeira do país (eu nem sabia que o Tibet tinha uma bandeira), acusando a China de torturar o Dalai Lama e de não permitir que o Líder Espiritual implantasse sua teocracia no alto da montanha.

      Tô torcendo por Maradona. Espero que o Papa faça lobby por Diego.

      PS: Já pegaram o Marín, agora só falta os Marinho.

      Palavra da salvação.

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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