BNDES e Aegea lançam edital para restaurar áreas do Pantanal
Nova chamada pública investe R$ 5,9 milhões em projetos de restauração ecológica e revitalização hídrica na Bacia do Alto Paraguai
247 - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Instituto Aegea lançaram, nesta terça-feira (18), uma nova chamada pública voltada à recuperação ambiental de uma das regiões mais sensíveis do país. A informação foi divulgada pela própria instituição financeira, que apresentou o Edital “Pantanal” no âmbito da Iniciativa Floresta Viva. O programa tem como objetivo apoiar projetos de restauração ecológica e fortalecimento dos recursos hídricos na Bacia do Alto Paraguai, em áreas do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul.
Segundo o BNDES, o edital disponibilizará até R$ 5,9 milhões em formato de matchfunding, com metade dos recursos aportados pelo banco e metade pelo Instituto Aegea. A seleção prevê o apoio de até dois projetos, que deverão restaurar ao menos 100 hectares — não necessariamente contínuos — dentro da área abrangida.
Durante a apresentação, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou a urgência do investimento no bioma. “O Pantanal é um patrimônio brasileiro que exige ação imediata”, afirmou. Ele ressaltou ainda que “este edital amplia o alcance do Floresta Viva e reforça nossa missão de mobilizar investimentos públicos e privados para restaurar áreas degradadas, proteger os recursos hídricos e apoiar as populações que dependem desse território”.
A diretora Socioambiental do banco, Tereza Campello, reforçou o caráter estratégico da iniciativa durante o lançamento no Pavilhão BNDES, na Zona Verde da COP. “Levar o Floresta Viva ao Pantanal é uma ação estratégica”, avaliou. Ela afirmou que “estamos falando de um bioma extremamente frágil, que precisa de investimento contínuo. Com esta parceria, vamos apoiar a restauração de áreas já degradadas e fortalecer a resiliência hídrica e ambiental da região”.
Representando o Instituto Aegea, o presidente Édison Carlos ressaltou o histórico da instituição em programas de conservação e o impacto esperado no novo território atendido. “É uma honra para a Aegea integrar este programa com o BNDES”, disse. Ele lembrou que a organização já atua em outra frente da Iniciativa Floresta Viva: “Já temos um edital no Rio de Janeiro, que contribuiu para a proteção da Baía de Guanabara. Agora avançamos para o Pantanal, um bioma muito frágil e intensamente afetado por eventos climáticos recentes. Atuamos em quase 100 cidades da região, e esta parceria reforça nosso compromisso com a segurança hídrica e o desenvolvimento sustentável das comunidades locais”.
A relevância ambiental da iniciativa foi reforçada também pelo superintendente de Programas do Funbio, Manoel Serrão, instituição responsável pela gestão financeira e operacional do Floresta Viva. “A restauração ecológica é fundamental para a recuperação da resiliência hídrica, contribuindo com benefícios ecológicos e sociais para a região”, afirmou. Ele acrescentou que “sob gestão financeira e operacional do Funbio, o programa Floresta Viva contribui diretamente para a conservação deste bioma único e para o desenvolvimento sustentável das comunidades da região”.
Podem participar da chamada pública instituições sem fins lucrativos — como associações civis, institutos, fundações privadas, fóruns e movimentos — além de cooperativas de qualquer grau, desde que tenham ao menos dois anos de constituição legal.
Além das ações diretas de restauração, o edital busca fortalecer a cadeia produtiva associada, estimulando a formação e a qualificação de trabalhadores nas etapas de coleta de sementes, produção de mudas nativas, plantio, monitoramento e manejo adaptativo.
Outro pilar da chamada é a participação social: o engajamento de comunidades e povos locais será considerado prioritário no processo de seleção, com o objetivo de garantir o protagonismo dessas populações na execução das ações. Os projetos também deverão observar as políticas públicas federais e estaduais voltadas à recuperação da vegetação nativa, assegurando que as intervenções contribuam para metas ambientais já estabelecidas.
